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Isabel Cristina Silva Vargas
Pelotas / RS

 

Imortais borboletas

 

 

Francisco era uma pessoa que viveu no campo. Sempre apreciou as coisas simples. Se tivessem sido favoráveis as condições, talvez tivesse permanecido lá. Entretanto, desejava estudar e veio para a cidade. Estudou formou-se na universidade, casou, teve filhos. Tinha vários passatempos, aos quais se dedicava nos finais de semana. Plantar flores, viajar e fotografar. Este último, muitas vezes, perturbava o restante da família. Não havia festa que não estivesse com máquina na mão e fazendo dezenas de fotografias. Aniversário, Natal, Ano Novo, passeios, tudo era motivo de ficar registrado. Após a aposentadoria dedicou-se integralmente a fotografia. Entretanto, ele só queria fotografar, sem preocupar-se em expor ou fazer algo diferente com elas até que foi convidado a expor a primeira vez.
Um dos temas das exposições foi universo singular no qual ele retratava pássaros, insetos tudo que lhe chamava a atenção no universo por ande andava.
Uma das suas preferências em fotografia eram as borboletas. Elas com sua leveza e encanto exerciam um fascínio sobre ele.
Após perdas significativas na família fez uma exposição chamada Criaturas, baseado no Cântico dos Cânticos de São Francisco de Assis e lá estavam as borboletas, novamente.
As borboletas levaram-no a expor em uma galeria em Portugal.  Foram várias exposições até ele mesmo se transformar em uma borboleta e ir habitar no universo celestial.
Suas borboletas fotografadas permanecem sendo lembradas junto com ele pois já se tornaram capa de livro de autoria de sua esposa e capa de blog.
E queiram ou não, é uma forma de ele e as borboletas permanecerem vivas.

  

 
 
Conto publicado no livro "Contos de Outono - Edição 2016" - Agosto de 2016