|
Antologias:
atendimento@camarabrasileira.com Produção de livros: cbje@globo.com |
Contato
por telefone Antologias: (21) 3393 2163 |
Produção
de livros: (21) 3547 2163 (21) 3186 7547 |
João
Antônio de Sousa Lira
Uma madrugada chamada solidão Na madrugada fria em que te esperei e que tu não
vieste, acendo meu cigarro e em cada trago uma lembrança
jogada ao vento... Lembranças do nosso amor partido e repartido
em mil pedaços por culpa dos nossos corações
orgulhosos. Neste momento como companhia tenho a chuva que cai,
um copo de cachaça e um cigarro que se esvai levando embora
toda a dor e esperança que um dia carreguei sobre nós,
te quis por completo e nesta corda bamba não sou um equilibrista,
sempre caio e machuco meus pés, minhas mãos, meu
rosto e meu coração. Minha vida não pode
se resumir a este rio de lágrimas que se forma a minha
volta e embora esteja doendo tenho que seguir, tenho que seguir
meu amor! Rumar outros voos é uma necessidade. Eu sei!
É verdade! Já tive outros corpos, já me entreguei
a outras almas, mas nunca por completo e esse fato é tão
simples de entender é que “você é minha
completude”, embora às vezes você não
admitir sei que sentias o mesmo. A vida nos surpreende e confesso
que amava ter que acordar na madruga para abrir a porta e deixar
você entrar e depois nos amávamos e o sol nascia
e ficávamos despidos tocando um ao outro... Não
posso mais te visitar nem poder conversar com você sobres
musicas e canções, poemas e contos, rimas e risadas,
mas o mundo por traz do teu olhar eu desvendei. No entanto não
poderei mais olhar nos teus olhos e as cinzas do cigarro que se
misturam com a chuva de meus olhos. É aqui que a vida se
(des)faz, neste cantinho de lágrimas em que se é
possível ouvir tua voz, seu toque... Eu vim ao teu encontro
e deixei a porta aberta e você não apareceu. O presente
que tinha comprado ainda este guardado no meu guarda roupa, mas
como a fênix tenho que renascer das cinzas para amar novamente
e embora eu esteja chorando estou seguindo em frente, ou estou
pelo menos tentando seguir sem você. Se te amo? Sim, te
amo eternamente. E das cinzas desse amor não estou pronto
para amar outro alguém. Não quero continuar recheando
pastéis de vento...
|
Publicado
no livro "Seleção de Contos Premiados" - Edição
Especial - Junho de 2014 |
|