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Rubens Alves Ferreira
Taguatinga / DF

 

  Micos e gafes

           

Conversar é um perigo. Principalmente quando a boca é mais “esperta” que o pensamento. Isso, associado à espontaneidade e não assessorada pela razão; ou no mínimo, pelo bom senso. Encontrando um amigo e sua esposa, ambos funcionários públicos terceirizados nos corredores de um “shopping”, não sei de onde foi me sair o comentário: “ainda está na Secretaria de Governo? ”. Sinceramente foi mera curiosidade sem qualquer outra intenção – até porque não há motivos para isso. O resultado foi que meu amigo respondeu: ”a gente tem que sobreviver, não é? ”. No fim, todo mundo ficou sem graça e o reencontro maturado pelo tempo, azedado. Benditas articulação, entonação, ressonância; e, desarticulação.
            Não adianta tentar remendar mico e “bola fora”. É que nem buraco... só aumenta. O melhor é esquecer e conviver com isso.
Se falando nos complicamos em diversas oportunidades, vamos escrever, então. Aí entra em cena as redes sociais e de comunicação instantânea – isso sem querer ser chato em demasia, e descaracterizar a informalidade típica dessa forma de comunicação; mas mico é mico de qualquer jeito – No “WhatsApp”, para citar apenas uma mídia, digita-se a mensagem com aquelas singularidades, pressa e descuido, típicos dessas mensagens rápidas.  Ocorre as vezes a sensação, a necessidade, o desespero de segurar a mensagem pelo rabo, antes que ela chegue ao destinatário. Tarde demais. Já foi... já era; e não adianta apagá-la de sua caixa, pois ela continuará na caixa do destinatário.
            Quando estamos tentando escrever e editar a mensagem, apagando caracteres com o “X”, a mesma é enviada inadvertidamente; isto, por tal tecla digital (X) ficar próxima da tecla “enter”.
Melhor seria digitar o texto, pensar, pensar, pensar.... e só depois enviar. Assim, a tecla fatal, a Enter, deveria ficar fora do aparelho. Em um local afastado escrito: PERIGO (DANGER); e, quem sabe aquela mensagem do Windows: Tem certeza que quer enviar ISSO?

 

 
 
Conto publicado no livro "Contos de pura sedução" - Janeiro de 2017