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Marina Moreno Leite Gentile
São Paulo / SP

 

Neneca

  

  

Neneca  vivia em um lugar distante e então seus pais decidiram mudar.  No início ela ficara  triste,  pois gostava da escola,  das amigas e das primas que moravam perto. 
   
Quando chegou à  outra cidade,  tudo era diferente.  No local havia muitas casas pequenas.  A maioria das crianças e  dos adolescentes não tinha espaço para brincar.   Depois que mudou para a nova casa, no novo lugar,  Nenéca  entendeu porque tantas crianças brincam na rua.   É a falta de espaço. 

Havia uma escola ao lado de casa.  Sua mãe tentou uma vaga, mas não conseguiu.  Teve que ser matriculada em outro local, um pouco mais distante.  Ela tinha que andar um pouco mais, entretanto  a distancia passou a ser normal.    Algumas vizinhas também estudavam naquela escola.  Com elas o percurso ficava mais agradável.  Aos poucos ela conseguia adaptar-se a nova cidade, nova casa, nova escola.   A cada dia acontecia uma novidade.  Mudar de região não era tão ruim o quanto pensara.  

Muitas coisas aconteceram para ela, algo mudou a sua vida completamente.  Tudo começou assim:  Um dia uma das professoras indicou um livro para ler, mas seus pais estavam com dificuldade para adquiri-lo.  Foi então que ela descobriu uma biblioteca,  na comunidade.     Ela se informou como deveria proceder para emprestar  o livro,  era fácil.  Bastava levar um comprovante de endereço  e um documento pessoal.   Com o cartão,  qualquer livro poderia ser emprestado e devolvido  até no máximo quinze dias.  Em caso de necessidade,  poderia ficar mais alguns dias com o livro, ou seja prorrogar o prazo.   Ela emprestou tantos livros que, sem perceber,  passou a gostar do cheiro dos livros.  Imagine!   

Com tantas visitas na biblioteca,  Nenéca  ficara sabendo que,  naquela cidade, o cadastro realizado em uma biblioteca valia para todas as demais, inclusive nas bibliotecas de outras escolas públicas. Tudo muito fácil, para quem tinha vontade de ler, como ela. 

Com tantas leituras, Nenéca  se tornara uma das alunas com maior popularidade na escola.  Algumas colegas ficaram empolgadas com ela,  pois sempre tinha assunto.  Os meninos gostavam de conversar com ela, os professores idem.    Os livros eram a diferença.   Algumas colegas decidiram fazer o mesmo que Nenéca.   Fizeram o cartão da biblioteca  e também começaram a emprestar livros.  

Com isto o grupo das meninas  ficou mais unido.   Depois disto passaram a ter  muitos assuntos interessantes para conversar.  Cada menina interpretava uma história de um jeito especial.    Depois em grupo,  ao comentar,  cada uma passava adiante suas idéias.  Todas ficaram diferentes, evoluíram.  As professoras notaram logo.  Uma das  professoras disse que aquelas meninas  iriam  longe.  Como assim?  

Uma aluna quis saber direitinho o significado do termo  “Ir longe”.   Então a professora contou a história de uma menina  que fora sua vizinha e amiga.    Era tão esforçada que chegou a tornar-se juíza, uma doutora.  Comentou que pessoas assim são exemplos.   A professora falava de um jeito especial,  de um jeito contagiante.  A última frase da professora ficou bem marcada para a menina: 

-  Se existir esforço e vontade,  se chega ao objetivo.  Tente!

 A menina agora sabia o que era ir longe. Ficou encantada e pensativa.  Já sabia o que fazer, ela também queria ir longe.   Depois da aula foi para a biblioteca.   

Biblioteca é um lugar que pode ser comparado a um tesouro.  Lá têm um monte de jóias:  os livros.   Que legal!

 

 

 
 
Conto publicado no livro "Contos de quem passa... de quem entra... de quem sai... " - Dezembro de 2015