Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA

 

 

Um vírus a mudar o mundo

 

Um vírus, desastroso vírus
Feito de invisíveis aparições
A conduzir o mundo no despertar de novas auroras…
Quarentenizando as pessoas, hábitos se renovam
Tempos retornam de seus velhos passados vividos
As pessoas distanciam-se para renovar acordos
Desejando ser tocados, abraçados, interagidos
E, de repente, tudo pára…
As pessoas se olham no espelho
Percebendo que há muito tempo
Não tinham tempo de ver o tempo
De se olharem verdadeiramente
Em seu estado de pura “vivicidade”!
Os pais tocam nos filhos
Os filhos conversam com os pais
E a família tem tempo para dialogar
Tempo para sentir o tempo…
E a poesia segue… feito de perdas, palavras sofridas
Gritos e panelaços, dolorosos e suspirantes ventos
Que assustam a humana gente,
E doravante, avança o vírus a
guerrear contra tudo e contra todos
Atingindo os mais frágeis de nosso imperfeito mundo…
E a poesia, mais uma vez, superará as i
mperfeições deste mundo capitalizado
E do outro lado sentirá o silêncio dos indivíduos
Em sua total coletividade, solidariedade abstrata
Viva, nua e crua…
A humanidade agora terá o tempo que lhe roubaram
E tudo voltará aos velhos tempos… como antigamente…
Depois que a poeira pousar, teremos muito a contar…

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Dia Mundial da Poesia"- Edição 2020 - Julho de 2020