Neuza Mary Rodrigues
Cabo Frio / RJ

 

 

 

Aos ventos e aos surdos

 

 

Neste cálice de vinho eu tomo, a coragem
(tão rara, eu sei) de gritar aos ventos e aos surdos
que os últimos não serão os primeiros,
para de viver proverbiando !
pois que é da vida subalterna
submissa, acomodada,
que se alimenta o canalha
cafetão explorador
que em troca da tua dor
oferece a vida eterna.

Toma do cálice que eu bebo
prova do clarão o gosto
Deus não nomeou preposto
vagabundo safado
vendedor de salvação.

 

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Dia Mundial da Poesia"- Edição 2020 - Julho de 2020