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Caboco Nirso
Capanema / PA

 

Olhando a chuva

 

Nada como a chuva de Belém para molhar minh'alma,
Os minúsculos pingos do chuvisco espalham-se na rua,
Respingos invadem lojas à margem,
Calçadas molhadas pigmentadas com as folhas amarelas das mangueiras,
Ainda não é tempo de manga,
Mas flores invisíveis e disfarçadas já levantam sua nobreza,
Epífitas grudadas nas mangueiras parecem sorrir com suas folhas molhadas,
Em Belém parece que ninguém liga pra chuva,
Não vejo guarda-chuvas e nenhuma pessoa sob as marquises,
O paraense lava sua alma todo dia,
Fica molhado para não esquecer do seu chão,
E a chuva, e Belém, e a música nos meus ouvidos,
Suave,
Embalando meu Espírito com pingos que caem do céu,
O dia nublado me dá contentamento, sinto-me bem,
Olhando a chuva,
Vendo-me também, ali parado,
Observando histórias que são também as minhas,
A chuva cessa, apenas um vento leve, quase uma brisa, balança os galhos frágeis das árvores,
Recolho-me em meus pensamentos,
O movimento continua,
Amanhã nesse mesmo horário devo retornar,
E dessa vez quem sabe danço na chuva!

 

 


 

 

 
Poema publicado no livro "De Verso em Verso" - Edição Especial - Abril de 2015