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Entrevistas exclusivas com autores renomados, publicados nas antologias da CBJE nesses 21 anos de existência. Conheça suas histórias, suas obras e veja seus depoimentos. |
Lenir Mattos de Moura Eu sou... Sou uma pessoa simples, vim de uma família pobre, com muito pouca instrução, mas que foi capaz de ensinar-me, não com palavras, mas com atos, os princípios básicos de como se formar um SER HUMANO. Aprendi desde cedo o que era o amor, entendi o significado da palavra respeito nas atitudes do meu pai e com minha mãe, conheci o que é humildade. Uma família que nunca me impediu de sonhar e talvez, por causa disso, eu tenha me voltado para as letras tão cedo. Com uma condição financeira desfavorável, não tive muita condição de escolher o que estudar, e para não ficar sem nenhuma formação, fiz o curso e me formei em Técnica de Contabilidade, porém trabalhei muito pouco tempo nesta área. Na infância, acho que já existia em mim o dom de escrever, pois, fui vencedora de uma maratona de redação feita aqui no Rio de Janeiro e, por algum tempo fiquei me correspondendo com o vencedor do estado de São Paulo. Mas, sem perceber que, naquele tempo, a carência da escrita para mim já era grande, esse dom foi colocado de lado e o tempo passou, sem que eu desse muita importância a ele. Poesia, dom e necessidade A poesia apareceu na minha vida bem cedo. Acho que assim que comecei a rimar as palavras, surgiram os meus primeiros versos. Lembro que minha adolescência foi toda povoada por poesias escritas por mim, mas que eu guardava e escondia de todos, talvez pela timidez própria da idade, talvez por achar que ninguém iria se interessar pelos meus poemas, pois não veriam neles o que eu encontrava: paixão. Só há bem pouco tempo, fui retirando minha obra da gaveta, por entender que um artista não deve esconder sua criação e que a paixão que é colocada na sua obra, sempre será entendida pelas pessoas que tem sua sensibilidade aflorada. Eu tenho necessidade de escrever, pois sinto que existe em mim esse dom, pois essa "necessidade" aparece de repente com o nome de "inspiração" e se eu não aproveitar o momento, ela se esvai como fumaça e eu deixo de usar a beleza daquele instante e a oportunidade de exercitar esse dom. A arte é a mais sublime forma de se demonstrar com beleza os nossos sentimentos.. É a resposta a um chamado do fundo da alma. A arte para mim, é a essência da vida, pois sem arte, ninguém exaltaria a beleza nela contida. Minha vida, minha obra, realidade, fantasia Minha obra faz parte da minha vida. É através dela que eu demonstro meus anseios, desejos, minhas alegrias, enfim, todas as minhas sensações eu demonstro através das minhas poesias, sem com isso me sentir compromissada com nada. Tenho naquele momento somente o compromisso de expressar esses sentimentos. Existe dentro das minhas poesias toda a verdade das minhas fantasias, pois a realidade e a fantasia fazem parte da vida e eu retrato simplesmente, a vida. Meus autores Mario Quintana, Cecília Meirelles, Cora Coralina, J.G. de Araújo Jorge, Carlos Drumond de Andrade, Elisa Lucinda, Augusto Cury, etc... Mário Quintana me impressiona e sempre vai me encantar e me emocionar com o lirismo e a sua simplicidade todas as vezes que releio a sua obra. Estou agora lendo e conhecendo melhor a obra de Dennis Lehane, que me conquistou quando li "Sobre Meninos e Lobos". A importância da CBJE Fui apresentada à CBJE por minha prima poetisa, Nilda Dias Tavares, que foi a pessoa que acreditou e me deu o incentivo maior para começar a participar das seletivas e postar minhas poesias no Painel. A partir do momento em que vi meu nome pela primeira vez entre os selecionados para a Coletânea nº 37, minha vida mudou em todos os sentidos, começando pela minha auto-estima. A partir de então, entendi que o mundo não tem limites para quem quer e acredita no seu sonho. A CBJE continua tendo grande participação no meu crescimento como autora, pois ainda estou dando os primeiros passos nos caminhos da poesia e é através do Painel que meu trabalho é visto e comentado por escritores e poetas do mundo inteiro. Conselho para quem está começando Estude, nunca deixe de estudar, leia bastante e acredite em você. Siga em frente. Não pare no meio do caminho. E veja nas derrotas um motivo a mais para continuar caminhando. E escreva sempre que a "inspiração" vier visitá-lo, não deixe passar esse instante, pois você poderá estar deixando de registrar a sua melhor obra. ... |
Lenir Moura lançou em julho/2009, pela CBJE, seu livro "Um Turbilhão de Sentimentos" |