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ENTREVISTAS
Entrevistas exclusivas com autores renomados, publicados nas antologias da CBJE nesses 21 anos de existência. Conheça suas histórias, suas obras e veja seus depoimentos.


Cynthia Lopes

Quem sou
Eu sou poeta! Carioca da gema, 48 anos, com vasta formação administrativa que se especializou em informação, através de minha graduação em Arquivologia.


Meu interesse pela Literatura
Como disse Mário Quintana: “Há certas coisas que não haveria mesmo ocasião de as colocarmos sensatamente numa conversa – e que só num poema estão no seu lugar. Deve ser por esse motivo que alguns de nós começaram, um dia, a fazer versos. Um modo muito curioso de falar sozinho, como se vê, mas o único modo de certas coisas caírem no ouvido certo.” (Mario Quintana, em Caderno H). Acho que foi por isto que comecei a escrever muito criança - aos nove anos, aprendendo a falar sozinha neste mundo de adultos. Escrever para mim é uma necessidade, a única forma sensata de organizar pensamentos, sentimentos, fantasias e argumentos. Da mesma forma eu penso a arte, como uma necessidade humana de ver o melhor de si mesma.

Vejo no poema a minha humanidade
Bom, o autor tem o compromisso que estabelecer para si. Antonin Artaud via o teatro como parte da vida e que como tal, deveria expressá-la: Na sua obra ele expõe o grito, a respiração e o corpo do homem como lugar primordial do ato teatral, denuncia o teatro digestivo e rejeita a supremacia da palavra. Esse era o Teatro da Crueldade de Artaud, onde não haveria nenhuma distância entre ator e platéia, todos seriam atores e todos fariam parte do processo, ao mesmo tempo. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Antonin_Artaud). Portanto, vejo no poema a minha humanidade, tudo que vivo, que sinto e que experimento considerando minhas fantasias como parte deste todo.

Meus preferidos
São muitos os autores, só no Brasil, temos um enorme contingente de grandes poetas como Bandeira, Drummond, Cecília Meireles, Alice Ruiz, Paulo Leminski e tantos outros. O livro de poesia que permanece a minha cabeceira é Estrela da Vida Inteira, de Manuel Bandeira. E o que me arrebata e impressiona são os haikais, de Bashô e companhia.

A CBJE
Conheci através do amigo e poeta Wilson Guanais. Entendo que a CBJE é fonte de estímulo aos escritores que como eu procuram visibilidade, canais para expor sua obra a outros poetas e para um público maior, fazendo com que tenhamos sempre necessidade de melhorar como autores.

Um conselho para os novos autores
Olha (rsrsrs), o mesmo que dou para mim mesma todos os dias – paciência. Porque também eu sou uma jovem autora (apesar da idade!), estou amadurecendo, crescendo e aprendendo todos os dias. Outra coisa fundamental é ler, leiamos tudo que nos cair nas mãos estabelecendo uma visão crítica. Acho que estes são bons conselhos para todos.
Na corda bamba

Oi gente amiga, hoje é dia de falar!
Escrever sobre sentimentos de quem vive no Rio de Janeiro, ou mais que isto, escrever sobre quem vive. Eu vivo, é uma constatação. E, neste exato momento vivo esta angústia de existir na contra-mão do mundo. Minha casa tem uma bela vista para o morro do Leme (ainda não favelizado), hoje é segunda-feira e o final de semana passou muito rápido, então é dia de começar a semana, trabalhar, agir, ter opinião e atitude. Mas porque será que eu sinto esta angústia, esta opressão no peito e quase não consigo ver o céu azul e sentir a brisa gostosa e fria que está a minha volta?
Na minha casa a quietude, a cama nova e o colchão gostoso, e mais, o edredon e o friozinho das manhãs de inverno... foi muito difícil sair da cama hoje. Fazer a marmita, tomar café, o banho, escolher a roupa e pegar o elevador.
Foi um choque, abrir o portão do edifício e ouvir o barulho - que me pareceu ensurdecedor da Rua Barata Ribeiro. Isto é a realidade? Carros, muita gente e mais carros e muita, muita gente. Começou a me dar aquele friozinho na barriga, sabe? Vocês conhecem esta sensação? Pensei que fosse cair na rua mesmo.
Ando muito estressada, tenho dores de cabeça permanentes que me causam uma irritação profunda... minhas mãos estão geladas, é hora do remedinho? Da salvaguarda, do SOS?
Preferi não, preferi chegar no meu trabalho cedo como o fiz e escrever, falar um pouco desta sensação de estar na corda bamba. Sei que estas coisas não acontecem apenas comigo, mas como é difícil! Nestas horas sei o quanto preciso da terapia, o quanto isto me tranquiliza e dá forças para seguir e o quanto é fundamental CRER. Crer num DEUS VIVO, de gente viva, que está sempre presente, se manifesta e se mostra, ser grata me salva, embora, me falte saber descansar no seu colo como uma criança, ainda preciso aprender a me deixar, me entregar... de corpo, alma e coração abertos. Ainda sou muito tensa e responsável e culpada. Sabe, falar de mim tão abertamente me causa uma certa estranheza mas é bom, quase acolhedor. Por estranho que pareça é meu cuidado, meu trato para comigo mesma, é o meu jeito de me confessar humana, no melhor sentido da humanidade, bem pertinho de Deus, bem juntinho das pessoas.
Com todo amor, Cynthia.


Contato: cynthiaaguiar@gmail.com
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