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ENTREVISTAS
Entrevistas exclusivas com autores renomados, publicados nas antologias da CBJE nesses 21 anos de existência. Conheça suas histórias, suas obras e veja seus depoimentos.


Jean Jackson de Lima e Silva

Quem sou
Eu me chamo Jean Jackson de Lima e Silva, tenho 28 anos, sou natural de Afogados da Ingazeira, uma cidade do Sertão do Alto Pajeú, da qual me orgulho muito por ser uma terra de gente batalhadora e feliz, pessoas que fazem parte da história brasileira, levando, para o mundo, grandes artefatos de cultura e vida. Moro, atualmente, na Cidade do Gama, Região Administrativa do Distrito Federal. Aqui, sou feliz, porque foi o lugar que escolhi para os meus novos trajetos, para a construção dos meus dias melhores. No entanto, sinto saudades de todo contexto da minha vida de outrora, apesar de não perder, jamais, a minha essência, sou alguém diferente, hoje, pois “a vida longe de casa” nos ensina a dar outros passos que nos fazem acertar, errar e aprender mais com os erros. Enquanto vida profissional, tive algumas frustrações e sinto que, ainda, preciso encontrar o caminho mais acertado. Escolhi, diante de algumas circunstâncias, a formação em Letras, talvez, para seguir os passos de grande parte da família ou, até, por me interessar deveras pelo conhecimento oferecido nessa área. Não digo jamais ter me arrependido de ser letrado, pois, com essa formação, pude aperfeiçoar a vontade de escrever. Sempre trabalhei na área da Educação, mas tenho sonhos e projetos diferentes, os quais fazem parte das minhas orações sempre que deito a cabeça no travesseiro, a cada noite. Com o nascer do sol, sinto-me mais forte de novo e reinicio a caminhada para o sucesso, pois “sou um duelo permanente entre o desejo de ser e os limites do acontecer, sou alguém que sonha, projeta, realiza... Ou não realiza... Mas, sobretudo, alguém que, sempre, retorna ao eixo, onde se encontra o desejo infinito de recomeçar”.


O dom de escrever
Sem dúvida alguma, a arte de escrever é um dom, presenteado por Deus. Assim como tantos outros dons que já estão acoplados à própria existência do ser humano. Nascemos com o dom e vivemos, cada dia, para ele e por ele, porque eles refletem a nossa essência. É como se fosse a nossa missão aqui na Terra. Mesmo que esses dons não façam parte da nossa vida em integralidade, por qualquer motivo que seja, são eles que nos apresentam ao mundo, são a nossa referência e a nossa verdade maior. O dom de escrever, em especial, é algo que me encanta, pois, em sua diversidade de comunicação, é o dom de mostrar-se completo para o mundo, de falar a língua da alma, sem nenhum impedimento. Meu interesse pelas “brincadeiras com as palavras” surgiu quando elas, propriamente, desafiaram-me, aguçaram esse presente de Deus.

Autores que admiro
Seria um “pecado poético” citar escritores ou poetas preferidos, diante de tão grandes talentos que conheci, ao longo dos meus dias. Imaginem quanta poesia, quanta emoção e quanto sentimento pude ajuntar nos quatro anos de faculdade, na “tortura deliciosa” de estudar Literatura e ler tantas obras exímias de inclinações poéticas perfeitas. São tantos nomes, tantas histórias que deram leves toques na minha alma ou fizeram um verdadeiro reboliço no meu coração. Guardo cada lembrança, cada verso, cada rima e procuro, a cada dia, ser, pelo menos, uma gota nesse oceano.

A CBJE
Apesar de, sempre, ter me envolvido com a arte de escrever e de gostar disso, não faz muito tempo que historio poesias. Comecei a juntar as primeiras palavras nas rimas de um poema há bem pouco tempo, foi, mais ou menos, no final de 2006. O primeiro escrito foi um soneto intitulado “Teu Abraço”, o qual escrevi para uma pessoa que me despertava muitas emoções quando juntávamos os corações no nosso “abraço de cuidado”, como exprime o poema. Ao escrever esses primeiros versos, tive a impressão de flutuar em um universo novo que, ao mesmo tempo, parecia conhecer muito bem. Era como se estivesse caminhando entre as flores de um magnífico jardim, cheio de borboletas e pássaros, era a sensação de estar no paraíso. Conheci a CBJE por um escritor e poeta que já participava das seletivas e que já possui várias obras publicadas. Conversávamos sobre trabalhos poéticos e ele, ao conhecer o meu trabalho, de forma polida, criticou-o, disse que eu estava sendo muito “evidente” e que a poesia não precisava “dar satisfações ao leitor”. Embora um pouco chateado, concordei, no final! E me senti desfiado para mudar o meu estilo, sem deixar de lado a minha essência já estabelecida, é claro! E escrevi “O segredo das Borboletas”, um poema que acho lindo, principalmente, pela subjetividade desenvolvida nos versos. Esse, também, foi selecionado pela CBJE, entre outros já, o que vive a massagear a minha auto-estima. A CBJE é, de fato, hoje, uma grande incentivadora dos meus projetos de poesia.

Um conselho para os novos autores
Uma vez, ouvi da minha professora de Gramática da faculdade, Socorro Dias, a quem devo muitos conhecimentos de hoje, algo que nunca esqueci e que, sempre, repito quando tenho oportunidade: “O mundo precisa de leitura, seja como for! Se você gosta de ler revistas de esporte, leia! Se gosta de histórias em quadrinhos, leia! Se prefere romances, leia! Trace o seu perfil e seja leitor. Pois, quem lê abre os horizontes e se torna mais vivo e dono de uma verdade própria.” Não me recordo se foram usadas essas palavras, exatamente, mas isso foi o que aprendi com aquela aula sobre leitura. Assim, esse é o meu conselho: Seja original! Seja persistente! Seja vivo! Seja leitor... Explore o seu dom de escrever, não tenha vergonha das primeiras palavras embaralhadas. Essa é a essência da idéia! Escreva sobre tudo e tudo o que vier à sua mente, “não perca o fio da meada”. O depois é mais gostoso... É só ajeitar... Puxar daqui, puxar dali e a surpresa de que você, também, é um grande poeta. Sucesso a todos! Sintam a poesia..
Instante breve, um pouco de mim

O mundo poderia parar, naquele momento... As lembranças de um instante muito breve, de uma relação perfeita e contraditória poderiam transbordar um contentamento platônico e eterno.
Porém, por vezes, tive tentações de apagar da memória os quadros mais plásticos ou, pelo menos, sombrear as cores mais vivas e cintilantes dessa obra inigualável na exuberância que as afoitezas da minha imaginação lançaram aos relevos daquelas inesquecíveis cenas... Foi o medo, pois, de eternizar essa tal antítese de emoções, que me afugentou do abismo dessas sensações.
Então, deveria eu sacrificar a inquietação dos impulsos da minha paixão? Impedir-me de fazer aflorar as ânsias de sentimentos tão sublimes, mesmo que adornados à utopia de uma reciprocidade que bateu à porta, mas, jamais, cruzou o hall de entrada?
Talvez, valha a pena viver cada instante de lembranças, mergulhado num inquietante surto súbito de um contentamento de sentimentos vazios, inseguros, insólitos; entornados num vago desejo, quase, desesperado de um estado pleno de êxtase e completude que jamais virá.


Contato: jheanlima@yahoo.com.br