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ENTREVISTAS
Entrevistas exclusivas com autores renomados, publicados nas antologias da CBJE nesses 22 anos de existência. Conheça suas histórias, suas obras e veja seus depoimentos.


David Manuel Gomes Amorim

Eu sou...
... David Manuel Gomes Amorim, nascido em 1957, em Viseu capital da Beira-Alta , província deste nosso Portugal. Sou médico licenciado pela Faculdade de Medicina do Porto, e com a especialidade de Medicina Familiar, e exerço a profissão há 25 anos nesta região. Estou casado com uma brasileira de Juiz de Fora e que é natural de S. Paulo. Gosto muito de viajar, e os meus grandes amores são o futebol, a boa música e as pessoas interessantes, bem como a poesia desde que não seja muito carregada. Odeio políticos, pessoas enjoadas e intelectuais, e gosto de dormir até muito tarde. Também comer e beber com qualidade, como qualquer um que se preze. Como dizia Vinicius de Moraes, eu também odeio todas as formas de opressão, inclusive a gravata! Sou um curioso nato sobre o comportamento humano e as questões sociais, vida e direitos das pessoas. Também nunca deixo de ter em mente que a vida é já um facto divertido e que seja quem for nunca sairá vivo dela. Daí que me agradam também todos os assuntos relacionados com a morte.


E a poesia?
Pois. Tal como uma sobremesa para quem é diabético, tem que se apreciar na dose e momentos certos. Tem que nos tentar, para nos fazer consumir. Depois consome-se intensamente, sobretudo se é uma sobremesa diferente. Gosto dela simples, clara e sem querer armar ao intelectual. Há sempre algo que fica em nós quando nos apercebemos o que autor nos está a dar. Sou um antropófago de autor ( isto não é para rir ! ), pois interessa-me tanto descobrir o que sente o autor que é o verdadeiro artista, como a sua poesia propriamente dita. O homem como um todo e não o seu grafismo ou expressão. Aliás acontece o mesmo na música, pois por vezes todos imaginamos por exemplo como seria e sentiria Beethoven, embora já todos tenhamos ouvido a 9ª várias vezes. Também gosto de ler um ensaio , bem como crónicas principalmente relacionadas com o dia a dia das pessoas. Gosto também de ler autores pouco ou nada conhecidos e fico satisfeito quando encontro algo que gosto muito de alguém que quase ninguém ouviu falar. Assim não sou propriamente um dependente da leitura, embora leia menos do que gostaria.

Desde quando o interesse?
Já era grandinho quando comecei a gostar de desfolhar alguma coisa mais séria. Até então era jornal diário ou desportivo e pouco mais. Talvez porque na escola tive um professor de Português que era Jesuíta e ao mesmo tempo pugilista, pelo que as obras e os estilos literários de cada autor nasciam com o temor das sua mãozinhas nas fuças dos desgraçados ouvintes. Outro ainda fumava nas aulas como um animal, mas era extremamente divertido e amigo da rapaziada, pelo que as orações, verbos e preposições até para ele não passavam dum ganha pão irremediável. Por tudo isto eu sempre fui mais de ciências que de letras e só mais tarde o interesse surgiu paralelamente com a maturidade própria da personalidade.

Autores mais apetecíveis !
Não vou dar uma lista intensa, pois acho que para falarmos nos nossos autores preferidos, temos que conhecer bem a sua obra, maneira de pensar, época e acontecimentos relevantes em sua vida, o que não acontece comigo em relação a muitos deles. Pois bem, mas como foi sugerido eu escolheria em primeiro lugar Florbela Espanca (autora pouco conhecida no Brasil e que os Brasileiros iriam adorar, já falecida em 1930) e depois Miguel Torga e Camilo Castelo Branco. Também Lobo Antunes e Cesário Verde. Claro Camões ! Ainda Jorge Amado e Vinicius de Moraes (não é para ser simpático com os Brasileiros!) . Reservo-me o direito de estar a ser injusto com tantos outros por não os conhecer suficientemente.

Como conheci a CBJE
Andava procurando algo que estivesse relacionado com escritores menos conhecidos com conteúdos publicados em sites de literatura. Após ter efectuado pesquisa em motor de busca habitual, apareceu o site da CBJE. Gostei do conteúdo e da forma como estava apresentado. Não foi propriamente com a ideia de publicar nada, mas apenas para consulta de textos de gente mais anónima. Como tinha algum material na gaveta, lembrei-me que não perderia nada em aos poucos ir publicando alguma coisa daquilo que já tinha feito e estava parado. Se assim o pensei, assim o fiz e enviei meu primeiro poema a partir da Antologia nº 44. E é claro, fiquei cliente…

Para quem está começando
Quem sou eu para dar conselhos ou palpites a alguém que ainda irá começar ou que começou há pouco tempo? Mas mesmo assim gostaria de dar apenas uma recomendação: Escrevam quando vos apetecer, sejam vocês mesmos com muita ou pouca qualidade, mas com vontade de transmitirem algo que só vocês poderão transmitir com a ajuda de meia dúzia de linhas! Escrevam quando estiverem felizes, deprimidos ou apenas com vontade. Não tenham medo que os outros não gostem ou de se tornaram ridículos com aquilo que escrevem. Sejam simples e humildes e releiam o que escreverem para terem a certeza que era isso mesmo que queriam dizer. Lembrem-se que não enfrenta o mar quem teme o vento!

Contato:davamo39@yahoo.com.br