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ENTREVISTAS
Entrevistas exclusivas com autores renomados, publicados nas antologias da CBJE nesses 22 anos de existência. Conheça suas histórias, suas obras e veja seus depoimentos.


Vinícius Lima dos Reis

“... A primeira pessoa que me persegue...” 1
Nascido e “morrido” em Feira de Santana – BA (Princesa do Sertão), desde 14 de junho de 1977, sou o típico cabeça fria. Sou bancário há sete anos, mas tenho professor/instrutor de informática como profissão primeira. Faço sistemas e aplicações, dou manutenção em computadores, atendo muita gente o dia todo e, nos intervalos, escrevo minha visão de mundo.
Um sonho de criança: aposentar-me; Uma utopia de adulto: fazer somente o que eu quero.


“... O sangue que escorre é a tinta que enche o tinteiro do poeta.” 2
Sempre gostei de poesia, “... quer na poesia pura, quer na poesia em forma de música” 3, e me conheço assim desde pequenino, quando então “viajava” nas letras de músicas e nos textos mais inusitados.
Entretanto, a gente cresce e conhece o sofrimento, apresentado pela alcunha de “Paixão” e conhecido pelo mais vil dos nomes: “Amor”.
E foi aí que tudo tomou forma para mim a partir de 17 de junho de 2006 (há de se dizer que é o dia do aniversário de meu amor, até então não reencontrado):
Juntei minhas mazelas aos meus complexos com a rima e criei a poesia “Amor Maduro”. Depois (dia a dia) busquei, não só escrever, mas descrever meus pensamentos, perspectivas e sentimentos sobre as idéias que absorvia durante o dia.

“Costumo ser diário em meus pensamentos...” 4
Meu nome é Vinícius exatamente por causa de Vinícius de Moraes. Minha mãe o fez assim, pois é fã deste grande poeta. De tabela, me tornei fã. E não é algo tão difícil ser fã de “... uma pessoa inesquecível” 5
Lembro-me bem que não gostava de Chico Buarque por não gostar de sua voz e jeito de cantar. Não me permitia a escutar o que cantava. Na realidade a música foi o que me levou a poesia. Ou seja, a poesia explícita e também implícita na melodia mesmo sem que a mesma possua letra. A rima que torna tudo mais fácil na hora de digerir as idéias.
Não toco nem sequer uma caixa de fósforos, mas tenho grande atração pela música. Um dia (prometo) farei composições!
No demais, resta este incômodo, esta impaciência que me põe a expor minha opinião. Tenho procurado, neste dias, me libertar um pouco da rima e tecer textos livremente. E o tenho feito, mas (confesso) é algo por demais difícil para mim, mesmo tendo minhas rimas uma máscara de prosa.
O tema e a forma que predominam em minha obra é a vida. Porém, dita pelas vias da morte... Desta feita, ela é mais linda.
Sou otimista e um amante exacerbado, mas não descarto o sofrimento para a compreensão do amor. “Porque o samba é a tristeza que balança e a tristeza tem sempre uma esperança de um dia não ser mais triste não” 6

“Lerei Carlos, hastearei Bandeira, pedirei desculpas a Chico, apelarei para Moraes...” 7
Digamos que não tenho preferências, mas, sim, tendências a um e a outro autor. Sou eclético, pois as idéias me são assim por natureza. Então, por assim dizer, digo: Deus, por escrever meu nome no Livro da Vida; Vinícius de Moraes, por sua obra familiar a minh’alma; Lívia Lopes (ainda “de Oliveira”), que, em carinhos e palavras, mostra-me a vida contida na morte; Chico Buarque, pela pluralidade e, como não dizer, infindável trabalho; Tom Jobim, que me desperta admirações e invejas em tocar seu piano ao falar comigo; Jackson do Pandeiro, me matando a cada palavra batucada; Carlos Drummond, sentado à beira do caminho, ensinando-me a ler e escrever; Jesus, que (abandonando sua glória) escreve sua Lei, não em tábuas de pedra, mas em carne – em nossos corações; Dorival Caimi, me convidando a pescar sereias; Salomão, em Cantares, descrevendo o amor puramente humano em sua máxima divina; Chico César, por suas letras, seus sons codificados e multirraciais; José Saramago, dando-me a visão do invisível; Zeca Baleiro, tornando a filosofia um pouco mais simples; Todos os músicos clássicos, que, com gritos ao meu entendimento, descrevem as letras de suas músicas (até então não escritas); Paulo, com um evangelho cheio de perguntas afirmativas; Cartola, que, mesmo em sua realeza, conversa comigo cara a cara; O Espírito Santo, por revelar-me a Verdade e fazer-me comer do amargo livro da santidade...

Uma Fábrica de Sonhos...
No meu mundinho, eu escrevia sem muitas pretensões. Queria apenas expressar-me. Até que recebi, em minha mesa, uma ficha de inscrição para o Banco de Talentos da FEBRABAN (edição 2007) – Todos os funcionários de todas as instituições financeiras no Brasil (da ativa e aposentados) concorrendo em diversas categorias.
Pensei: “- Dá pra mim!?”. Compartilhei a idéia com meu amor e ela mesma enviou os textos pelo correio.
Que coisa linda foi receber um cartão de felicitações pela classificação dentre os quarenta selecionados na categoria Literatura/Poesia com o texto “Propósito”, junto ao convite para a festa de premiações no Citibank Hall em São Paulo. E, ainda, receber 14 exemplares contendo todos os selecionados em todas as categorias destacadas no concurso. Não deu para quem quis!
Fiquei “doido” e saí pela Internet catando concursos e seletivas em nível nacional. E, olha só, que página eu encontro: WWW.CAMARABRASILEIRA.COM Coisa linda de se ver: um painel de concursos e seletivas on-line, diverso, eclético e livre.
Inscrevi-me nas duas antologias disponíveis (Poetas Contemporâneos vol. 49 e Sensualidade em Prosa e Verso 2008). Agora, com mais confiança, esperava resultados. Porém, não selecionado na primeira, fiquei desconfiado. Mas, uma semana depois, recebi um e-mail dizendo-me fazer parte da segunda. Que felicidade! Olha meu nome de novo no índice (rsrsrs).
Desde então, participo de todos os anúncios disponíveis e, até a data atual, fui escolhido em três seletivas da casa. Isto me dá, além da oportunidade de caminhar junto a autores de todo o Brasil, um leque de textos em estilos e variâncias importantes para o crescimento de qualquer escritor.
Com tal incentivo e reconhecimento, pude produzir textos cada vez mais ricos e fui também escolhido pelo Concurso Internacional da Cidade de Conselheiro Lafayette 2008 (MG), ficando em quarto lugar na categoria Poema. Como também, escolhido pela Antologia Valdeck Almeida de Jesus 2008 (Salvador – BA) que será divulgada na Bienal Internacional do Livro no Rio de Janeiro (Setembro/2009).
Considero a CBJE como a vitrine maior de minha obra e uma organização de um diferencial grandioso no meio literário. Terei, ainda um dia, o grande prazer de publicar um livro (todo meu) nesta reconhecida instituição.

“... se fosse bom, não se dava...”
Aos meus companheiros que, como eu, a cada verso são sempre iniciantes, aconselho serem fiéis às suas próprias idéias, às suas próprias visões e aos seus próprios sentimentos. A arte aqui descrita, em si, não é um simples despejar de letras sobre o papel. Ela é, antes de tudo, a vontade do autor imposta aos que o lêem.
Sendo assim, gaste tempo escrevendo e despejando a sua perspectiva e construção de mundo. Leia muito e ouça muito, isto lhe abrirá a mente quanto à diversidade e qualidade da obra que você mesmo tornará viva. Encontre seu próprio estilo e, com base nele, mergulhe pelas mais variadas formas literárias. Alguém saberá que aquele texto é seu ou, pelo menos, fará menção ao seu estilo. Não tenha vergonha de divulgá-los quando puder (registre-os sempre). Participe de concursos e eventos, envie para amigos, mostre aos colegas de trabalho, divulgue-os pela internet e vá medindo a temperatura dos retornos. Ninguém lhe dará importância se você mesmo não se dá...
No mais, parabéns pelas idéias que nasceram e ainda nascerão de você.

Celular

Entre carimbos de meia polegada,
Revestido de meias fétidas por muito usadas,
Lá estão suas idéias e sentimentos perdidos,
Seus anseios (seus meninos) correndo como num parque.

A mesa cheia de queixas e solicitudes;
Suas mãos, sua fala rude provendo o pior.
Seu melhor dado aos outros;
Seu olhar, seu rosto engolido pelo celular...


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1 Trecho da poesia “Ainda falta música” de minha autoria.
2 Trecho da poesia “Não sou mais poeta” de minha autoria.
3 Carlos Drummond em depoimento a Vinícius de Moraes, no disco Vinícius 90 anos.
4 Trecho da poesia “Diário de Paz” de minha autoria.
5 Tom Jobim em depoimento a Vinícius de Moraes, no disco Vinícius 90 anos.
6 Trecho do Samba da Bênção de Vinícius de Moraes e Baden Powell.
7 Trecho da poesia “Quero poetizar” de minha autoria.


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