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ENTREVISTAS
Entrevistas exclusivas com autores renomados, publicados nas antologias da CBJE nesses 23 anos de existência. Conheça suas histórias, suas obras e veja seus depoimentos.


Mercedes Pordeus

Quem sou...
Eu sou uma pessoa simples, do Estado de Pernambuco, da cidade de Olinda.
Vivi toda minha vida em Recife onde me graduei em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Federal de Pernambuco e sou funcionária pública.
Escrevo sem grandes pretensões, mas amo escrever.

Como e quando você começou a se interessar por Literatura?
Meu interesse pela literatura iniciou na minha fase da infância, através dos livros de ensino primário que já traziam poemas, tais como: A Canção dos Tamanquinhos (Cecília Meireles), A Canção do Exílio (Gonçalves Dias), Modéstia (Olavo Bilac), A Estrelinha (Martins d’Alvarez) A Flor e a Fonte (Vicente de Carvalho), posso dizer que mais especificamente essas poesias me marcaram de forma definitiva. As mais alegres, os mais tristes como Canção do Exílio e a Flor e a Fonte quando lia parecia sentir tudo que ali estava escrito era como se a súplica daquela flor, por exemplo, fosse real e eu sentia a dor daquela pobre flor, tendo a sensação de vê-la chorando sendo levada pelas águas e assim com outros poemas.
Depois a minha mãe e avó gostavam de ouvir enquanto eu lia em voz alta de tal forma que no final eu as tinha todas decoradas.
Além das poesias, tínhamos os contos sempre com uma lição de moral no final como O Corvo e a Raposa, dentre tantos outros.
Daí já iniciava a escrever textos pequenos, os quais nunca guardei. Mas esse foi o principal fato que desencadeou meu interesse pela literatura, o que ficou latente por algum tempo. Já na fase adulta recebi o estímulo de deixar fluir esse amor pela literatura através do Victor Jerónimo, meu marido, poeta português.

Como é a relação que você identifica entre a sua vida e a sua obra?
É uma relação estreita e na maioria das vezes, muito natural e simples.
Digo isto porque sempre gosto de escrever aquilo que vivencio, temas da atualidade, nosso contexto e problemas sociais, sobre a natureza e a religiosidade sendo que na maioria das vezes naturalmente expresso minha opinião, deixo transparecer o que sinto em relação ao que escrevo, é difícil quando escrevemos com o coração não deixá-lo falar.

Autores preferidos?
Manuel Bandeira, Cecília Meirelles, Olavo Bilac, Castro Alves, Clarice Lispector, Gilberto Freyre, enfim são tantos. Nasci num Estado Brasileiro onde impera a poesia e temos tantos poetas consagrados e populares, tanto na Capital como no Agreste, Mata, Sertão, como João Cabral de Mello Neto, Mauro Mota. No interior, por exemplo, até as missas são celebradas em poesia em São José do Egito. O interior pernambucano é riquíssimo em poetas, repentistas.

A CBJE
Conheci a CBJE através do motor de busca GOOGLE, quando consultava sobre concursos literários. Surpreendi-me com a atuação da CBJE, que oportuniza novos autores a terem sua obra publicada através de uma seletiva, o que o estimula a escrever mais e sentir-se à vontade para publicar e não guardar na gaveta.
Acho valiosa a política da CBJE enriquece e valoriza o autor e a literatura contemporânea, fazendo com que, de certo modo, este acervo seja o legado da geração atual para o futuro.

Que conselho você daria aos que estão começando na carreira?
Em primeiro lugar acredito que ser leitor é muito importante para a desenvoltura da escrita. Para escrever aconselharia que num recanto calmo buscasse a inspiração na sua própria vida, fatos simples do cotidiano, ser sempre um observador para abstrair temas que lhe sejam agradáveis, interessantes e escrever sobre eles numa linguagem simples e accessível aos leitores.
Que o jovem escritor não se envergonhe de mostrar seus textos, de publicá-los, pois ninguém começou com perfeição, só com a continuidade atinge a desenvoltura e desinibição.
É natural para quem inicia pensar assim, mas se publicar a primeira vez, e se for o caso não temer crítica, pois se elas existirem serão para seu crescimento.
Coragem!

Finalizando:
Gostaria que nossas escolas, como antigamente, investissem nas nossas crianças todos os esforços para o incentivo à leitura e escrita, técnicas de Redação, Descrição, Dissertação, pelo que percebo este hábito ficou como que meio perdido no tempo.
Precisamos dar aos nossos filhos as mesmas chances que tivemos, contudo não isenta a família desse processo, e os pais infelizmente andam muito ocupados e privam essa linda geração de crianças e adolescentes dessa riqueza. Eles precisam que resgatemos esse prazer para dar continuidade ao processo que vem de gerações passadas como uma herança e um feliz legado.
Parabéns a Câmara Brasileira de Jovens Escritores por dar-lhe essa maravilhosa oportunidade. Grata por fazer sua parte.

Contato: mercedes.pordeus@gmail.com