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ENTREVISTAS
Entrevistas exclusivas com autores renomados, publicados nas antologias da CBJE nesses 23 anos de existência. Conheça suas histórias, suas obras e veja seus depoimentos.


Paulo Roberto de Oliveira Caruso

Quem é você?
Meu nome é Paulo Roberto de Oliveira Caruso. Nasci em 19 de julho de 1975, no Rio de Janeiro (RJ). Sou administrador de empresas e advogado, formado nas duas ocasiões pela Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói (RJ). Sou ademais servidor público, coincidentemente trabalhando numa das bibliotecas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) há onze anos.

Como e quando você começou a se interessar por Literatura?
Meu interesse por literatura em termos de escrita não coincidiu com o interesse em termos de leitura. Por incrível que possa parecer, o interesse pela escrita surgiu antes. Aos dez anos de idade escrevi dois livrinhos infantis: um diário de viagem a Juiz de Fora (MG) e um livrinho de ficção narrando a fuga e retorno de um papagaio à sua gaiola, após desastradas aventuras. Detalhe: o primeiro livrinho se encontra há mais de vinte anos em poder da prima mais velha minha, a qual não mo devolve de forma alguma (mas eu só quero uma simples cópia... risos). Depois disso, passei um hiato até aproximadamente os dezessete anos, quando voltei a escrever (fiz em torno de 70 poesias então). Eu, nessa época tinha a mania de classficar cada um de meus parcos poemas entre as épocas da literatura, ou seja, Romantismo, Naturalismo, Realismo etc. Como se fosse um rótulo. Dez anos depois eu retornei novamente à escrita, o que não durou muito também. Tal fogo de palha se deveu à realização de uma grande obra em minha residência, visto que meus livros de faculdade de Direito se encontravam trancados, como meio de evitar a poeira reinante. Como não foi difícil encontrar canetas e rascunhos, voltei a escrever. O que deveria ser um livro de terror tornou-se meramente um livro de aventura, devido a meu temor em matar personagens, os quais se baseavam em pessoas conhecidas... rs. O fato de eu não conseguir escrever terror me desestimulou de continuar. Até então havia 159 textos. Enfim, a partir de 15 de setembro de 2008, comecei a verdadeiramente escrever, mas de modo organizado, baseado em um glossário feito a partir das obras que efetivamente lia. Cada palavra desconhecida até hoje eu sublinho, anoto em papel e busco o significado no dicionário. Aliás, adquiri vários tipos de dicionários com o intento de escrever bem: mitológico; de palavrões e termos afins; indígena; ortográficos novos (dois diferentes); de rimas; de palavrões ingleses/americanos etc. Passei a ler não somente as minhas amadas revistas de Heavy Metal, mas sim livros de literatura brasileira e estrangeira diversificadas. Até então o meu gosto se baseava em meramente escrever, por mais arrogante que possa parecer. Obviamente, só então ampliei meu horizonte veramente! Minha mente se abriu para escrever (principalmente) sonetos. Depois vieram haikais, indrisos e outros tipos de poesias. Por conseguinte, em um ano e meio, criei mais de 4.500 textos, dentre os quais 5 em prosa. Comecei apenas mui recentemente a divulgar meus trabalhos, esperando a oportunidade de publicá-los um dia. Aproveito para agradecer a imensa oportunidade concedida pela CBJE através de suas seleções voltadas a antologias!

Como é a relação que você identifica entre a sua vida e a sua obra?
A relação entre minha vida e a obra é simplesmente maravilhosa! Eu escrevo poesias em ônibus, no banheiro (risos), na cama, no sofá, em casa de namorada, em casa de pais de namorada, na academia de educação física (risos mais ainda...), em filas diversas, no trabalho, no salão de beleza a que minha amada vai, caminhando... Não tenho limites pra isso, pois identifiquei-me de fato com tal ofício. Por isso não advogo nem administro nada! Aproveito cada intervalo além dos intervalos que invento... Muito comumente uso meu celular para digitar e armazenar sonetos, haikais, indrisos etc. Assim que chego a um computador, redigito, salvo e imprimo o que escrevi. Faço muito isso mesmo! Certa vez até sonhei estar escrevendo uma poesia, sendo que, ao acordar, peguei uma folha de papel e uma caneta situadas ao lado da cama, no chão, e anotei a referida obra.

Quais são seus autores preferidos?
Diversamente do esperado, entre os autores de que mais gosto, não vou citar muitos clássicos, porquanto eu só conheço um pouquinho (pouquinho mesmo) de alguns. Nem tenho memória tão boa para ligar cada autor a suas obras, no que tange à literatura. Só com o rock eu consigo fazer isso. Perdão! rsrs. Mas cito Aluísio Azevedo, Marquês Sade e Balzac por enquanto. Dentre os meus contemporâneos e igualmente ainda não muito explorados, mas com espetaculares labores, indico Juli Lima (através de quem eu conheci a CBJE, grande escritora de indrisos), Marcos Loures (com seus mais de 30.000 sonetos contra 3.000 meus...), Sílvia Regina de Costa Lima (ademais maravilhosa sonetista), Elisa Zambenedetti (autora de haikais sensacionais), Maria de Fátima Alves de Carvalho (dona de ideias genias abordando a natureza, luz e Deus), Luna di Primo (e sua mineirice singular), Ivana (pseudônimo "Olhos de Boneca" e sua singela obra), Lacuna Coil (somente sei o pseudônimo mesmo, com obras dotadas de rebuscada sensualidade), Fabiana de Lima (idem a Lacuna Coil), Milena Campello Jorge (diversificada autora), Ana Átman (e sua ousadia e sensibilidade), José Pedrosa (grande fabricante de cordéis), Maria Melo (jovem e sensível escritora), Ana Bailune (autora petropolitana de grandes textos bucólicos), Simone Sales (grande mãe e mineira), entre outros.

A CBJE
Como disse, conheci a CBJE através de minha conterrânea carioca Juli Lima. No que tange aos jovens talentos brasileiros, vocês se fazem deveras generosos ao ampliar o limite de idade para até o dia do falecimento da pessoa (rsrs). Consideraram que todos nós somos jovens, o que proporciona chance de reconhecimento a um amálgama ainda maior de escritores! Não tem preço essa iniciativa! Obrigado mesmo.

Que conselho você daria aos que estão começando na carreira?
Eu aconselho aos que principiam sua vida na literatura e que de fato desejam se ver com possibilidades de alcançar reconhecimento em tal assaz doce ofício que, antes de mais nada, registrem seu material na Biblioteca Nacional, com o fito de evitar não poder fazer nada para combater um eventual plágio. Feito isso, aconselho realmente a essas pessoas visitarem gente como a que trabalha na CBJE para terem maior divulgação de suas obras. Logicamente eu aconselho sempre a leitura de autores clássicos, mas também a de autores contemporâneos que não encontram sua vez na televisão, no rádio, na imprensa escrita... Há muita gente boa mesmo! Juntos nós poderemos muito mais! Acreditem! Eu acredito. E devo a Deus o que eu já consegui e os sonhos que tenho em mente realizar. Abraço forte a todos: leitores, escritores e outrossim editores (claro, tenho que vender o meu peixe... rsrs), mas, em especial, a Luiz Carlos Martins, pela oportunidade rara que me concedeu.


Contato: oliveira.caruso@gmail.com