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ENTREVISTAS
Entrevistas exclusivas com autores renomados, publicados nas antologias da CBJE nesses 23 anos de existência. Conheça suas histórias, suas obras e veja seus depoimentos.



Amaury Nicolini

Quem eu sou...
Sou um carioca de 69 anos, que por força de atribuições profissionais já residiu em vários outros estados, mas sempre voltando à terra natal. Publicitário, criei a propaganda de grandes redes nacionais ( Mesbla, Bemoreira, Brastel, Casa Masson, Banco Nacional, Lloyd Brasileiro, BarraShopping, e muitos outros).
Especializei-me em varejo e coordenei simpósios, seminários e convenções sobre o tema em todo o Brasil. Retirei-me do mercado em 1997 por motivo de saúde e venho desde então dedicando-me a criação de livros abrangendo poesia, prosa e temas técnicos. Sou membro vitalício da Academia de Letras do Brasil, onde ocupo a cadeira número 10. Fui agraciado pelo Instituto dos Docentes do Magistério Militar com o grau de Cavaleiro da Ordem do Mérito, pela contribuição à cultura nacional, recebendo também a Comenda do Mérito Literário da Academia. Escrever, para mim, tem sido mais que uma atividade prazerosa; é uma verdadeira terapia.

Como e quando você começou a se interessar por Literatura?
Minha iniciação no mundo das letras foi muito precoce. Aprendi a ler em casa, perguntando tudo a todos porque meu irmão mais velho não queria ler os quadrinhos do jornal para mim. E daí em diante tudo se acelerou. Aos oito anos ganhei o meu primeiro par de óculos, mas em compensação tinha um caderno cheio de anotações sobre a vida das formigas (que ficava observando o dia inteiro no quintal, com a cara no chão). Meu presente favorito já eram os livros, e iniciei-me, claro, por Monteiro Lobato, além dos tradicionaios almanaques e revistas daquela época (Eu Sei Tudo, Careta, Vida Doméstica, Cruzeiro etc). Com o tempo, foi-se alargando o leque dos autores e obras, a maior parte dos quais conservo até hoje comigo, lidos, relidos e trelidos.
Logo aos 19 anos, iniciei-me na carreira que iria desenvolver por mais de 40 anos, como redator publicitário (criando anúncios, filmes, e toda espécie de peças de comunicação de empresas com seu público). Daí veio a que eu acho maior vantagem: criar, a qualquer dia, a qualquer hora, sempre com a sensação de premência do tempo. E isso porque, numa agência de propaganda, os pedidos de peças são feitos com prazos definidos, para sua apresentação ao cliente. Então, não adianta “ficar esperando” a inspiração; você tem que sair atrás dela e criar o texto pedido dentro do prazo. Hoje, mantenho esse ritmo na minha criação literária.

Como é a relação que você identifica entre a sua vida e a sua obra?
Evidentemente há uma ligação entre a obra e a vida. No caso do poeta, ele muitas vezes solta a imaginação e cria a poesia como gostaria, ou como teria mudado o curso dos acontecimentos, sem obrigatoriedade de corresponder à exata realidade. Eu, na maior parte das vezes, discorro o tema como gostaria tivesse sido o seu curso real.

Quais são seus autores preferidos?
São tantos, que talvez seja melhor falar sobre os que tenho o hábito de ler e reler: J.G. de Araújo Jorge (meu patrono na Academia), Fernando Sabino, Carlos Heitor Cony, Florbela Espanca, Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, Paul Geraldy, Érico Veríssimo, Antônio Torres, Artur da Távola e Mario Quintana.


Como você conheceu a CBJE e como você vê nossa atuação em relação aos jovens autores brasileiros?
Através de um amigo, ao qual pedi a indicação de alguns sites voltados para a divulgação de novos nomes da literatura. Acessei, gostei e fiquei até hoje, já tendo participado de diversas antologias e consultando o site diariamente para acompanhar as novidades. Acho, sem nenhum elogio gratuito, que é o melhor, mais completo e mais atual para a finalidade a que se propõe.

Que conselho você daria aos que estão começando na carreira?
Ler, ler e ler. Somente assim nos familiarizamos com as técnicas de construir uma história, desenvolvê-la, dar ritmo e conduzí-la a um bom final. Ou, no caso da poesia, ver todas as correntes, conhecer as regras da construção dos formatos clássicos ou a liberdade do modernismo.
Só assim, conhecendo estilos, poderá o futuro escritor criar o seu próprio estilo. E ler, para mim, inclui TUDO: de bulas de remédios a dicionários (e como a leitura destes se mostra valiosa na hora das rimas...).

 


Contato:: amaurynicolini@terra.com.br
Site: amaurynicolini.synthasite.com