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Amaury Nicolini
Quem
eu sou...
Sou um carioca de 69 anos, que por força de atribuições
profissionais já residiu em vários outros estados, mas sempre
voltando à terra natal. Publicitário, criei a propaganda
de grandes redes nacionais ( Mesbla, Bemoreira, Brastel, Casa Masson,
Banco Nacional, Lloyd Brasileiro, BarraShopping, e muitos outros).
Especializei-me em varejo e coordenei simpósios, seminários
e convenções sobre o tema em todo o Brasil. Retirei-me do
mercado em 1997 por motivo de saúde e venho desde então
dedicando-me a criação de livros abrangendo poesia, prosa
e temas técnicos. Sou membro vitalício da Academia de Letras
do Brasil, onde ocupo a cadeira número 10. Fui agraciado pelo Instituto
dos Docentes do Magistério Militar com o grau de Cavaleiro da Ordem
do Mérito, pela contribuição à cultura nacional,
recebendo também a Comenda do Mérito Literário da
Academia. Escrever, para mim, tem sido mais que uma atividade prazerosa;
é uma verdadeira terapia.
Como
e quando você começou a se interessar por Literatura?
Minha iniciação no mundo das letras foi muito precoce. Aprendi
a ler em casa, perguntando tudo a todos porque meu irmão mais velho
não queria ler os quadrinhos do jornal para mim. E daí em
diante tudo se acelerou. Aos oito anos ganhei o meu primeiro par de óculos,
mas em compensação tinha um caderno cheio de anotações
sobre a vida das formigas (que ficava observando o dia inteiro no quintal,
com a cara no chão). Meu presente favorito já eram os livros,
e iniciei-me, claro, por Monteiro Lobato, além dos tradicionaios
almanaques e revistas daquela época (Eu Sei Tudo, Careta, Vida
Doméstica, Cruzeiro etc). Com o tempo, foi-se alargando o leque
dos autores e obras, a maior parte dos quais conservo até hoje
comigo, lidos, relidos e trelidos.
Logo aos 19 anos, iniciei-me na carreira que iria desenvolver por mais
de 40 anos, como redator publicitário (criando anúncios,
filmes, e toda espécie de peças de comunicação
de empresas com seu público). Daí veio a que eu acho maior
vantagem: criar, a qualquer dia, a qualquer hora, sempre com a sensação
de premência do tempo. E isso porque, numa agência de propaganda,
os pedidos de peças são feitos com prazos definidos, para
sua apresentação ao cliente. Então, não adianta
“ficar esperando” a inspiração; você tem
que sair atrás dela e criar o texto pedido dentro do prazo. Hoje,
mantenho esse ritmo na minha criação literária.
Como
é a relação que você identifica entre a sua
vida e a sua obra?
Evidentemente há uma ligação entre a obra e a vida.
No caso do poeta, ele muitas vezes solta a imaginação e
cria a poesia como gostaria, ou como teria mudado o curso dos acontecimentos,
sem obrigatoriedade de corresponder à exata realidade. Eu, na maior
parte das vezes, discorro o tema como gostaria tivesse sido o seu curso
real.
Quais
são seus autores preferidos?
São tantos, que talvez seja melhor falar sobre os que tenho o hábito
de ler e reler: J.G. de Araújo Jorge (meu patrono na Academia),
Fernando Sabino, Carlos Heitor Cony, Florbela Espanca, Paulo Mendes Campos,
Rubem Braga, Paul Geraldy, Érico Veríssimo, Antônio
Torres, Artur da Távola e Mario Quintana.
Como você conheceu a CBJE e como você vê nossa atuação
em relação aos jovens autores brasileiros?
Através de um amigo, ao qual pedi a indicação de
alguns sites voltados para a divulgação de novos nomes da
literatura. Acessei, gostei e fiquei até hoje, já tendo
participado de diversas antologias e consultando o site diariamente para
acompanhar as novidades. Acho, sem nenhum elogio gratuito, que é
o melhor, mais completo e mais atual para a finalidade a que se propõe.
Que conselho você daria aos que estão começando na carreira?
Ler, ler e ler. Somente assim nos familiarizamos com as técnicas
de construir uma história, desenvolvê-la, dar ritmo e conduzí-la
a um bom final. Ou, no caso da poesia, ver todas as correntes, conhecer
as regras da construção dos formatos clássicos ou
a liberdade do modernismo.
Só assim, conhecendo estilos, poderá o futuro escritor criar
o seu próprio estilo. E ler, para mim, inclui TUDO: de bulas de
remédios a dicionários (e como a leitura destes se mostra
valiosa na hora das rimas...).
Contato::
amaurynicolini@terra.com.br
Site: amaurynicolini.synthasite.com
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