Paulo Amorim
Brasília / DF

 

 

 

Morro dos Neiva

 

 

Noite escura... Recanto dos Neiva,
Não a “Neiva do céu” protagonista de Áudios,
E sim, uma Colina encantada, num paraíso distante,
Beleza natural para desfrute dos caminhantes, poetas e amantes.

Morro dos Neiva, refúgio intocável, crível cenário,
Relíquia de um passado que não foi tocado, ainda hoje guardado.
Em um canto a Gabiroba se anima a assistir o sorriso da lua que desponta
Linda, cheia, impetuosa, confusa em suas cores. Também me distrai.

Em outra beira do píer, duas irmãs,
Saudosas, partilham histórias vividas, olvidando as horas,
Sorrindo, cuidando, se amando, perdendo-se nas falas e olhares,
Que a lua curiosa não ouve, mas se recusa não ser notada.

Boris, o gato, desfila por entre as folhas,
Firma o olhar em canários que flertam no alto longínquo,
Intimidades, olhares, céu, rio, pássaro, gato, lua,
Desalinho mental dos poetas presentes que porfiam o nascer de um poema.

A lua que encanta a noite, também chora o Sol, seu eterno namorado,
E apaixonada cativa estrelas, seduz olhares, ousando nua, por entre vales.
Linda e tão determinada, serpenteia sobre as águas cristalinas,
Sonhando encontrar com o seu amado.

Irmãs se rendem... Vão ao leito
Gabiroba, se larga junto à rede inerte,
Boris e os canários cansados desaparecem na noite.
E agora poetas? É tua vez. Não silenciem, contem o instante.

 

 

 

 

 





Poema publicado no livro "É tempo de Amar".
Edição 2021 - Junho de 2021

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