Cláudia Fontenele Alves da Silva
Águas Claras / DF

 

 

Um grito de liberdade

 

Na minha alma encontro os grilhões
Dos que foram esquecidos e desterrados,
Dos que foram assassinados
No cumprimento da Lei.
Não que já tenha sido esquecida
Nem desterrada da minha terra amada.
Já sofri com a fúria do algoz,
Que sem escrúpulo, tira o pão dos inocentes,
Quando rouba a dignidade dos trabalhadores
E, banaliza a vida em uma fila de hospital!
Trago lágrimas e fel
Pelos filhos algemados de uma sociedade
Que, sem pudor, chama de Democracia
a uma demagogia disfarçada de igualdade.
Quem me dera ter a liberdade
De dizer que tudo vai ser diferente:
Que não haverá bandidagem à solta
Nas ruas do meu país
Nem político corrupto na presidência.
Se é loucura, se é verdade
Tanto horror perante os marginalizados,
Por que a lúgubre serpente do poder
Não liberta a turba dos desabrigados
Das férreas desigualdades sociais?
Meu Deus! Meu Deus! Mas que país é este
Que quer silenciar o “Poeta dos Escravos”

Em cada gente?
Moro! Arranca a infâmia do judiciário!
Brasileiros! Levantai-vos como heróis no presente!
Já não silencia a Pátria amada Brasil!

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Grandes Nomes da Poesia Brasileira" - Junho de 2018