César Menezes Porto
Cascavel / CE
(Sem título)
Nada mais encantador que o ardor part(ilhado) sem receios!
Que meras palavras ancoradas na solidão do mar de anseios...
Poema refeito, sem efeito, afoito, aflito e uma pálida intenção
O tempo isolador e de dor a quem o quer com toda atenção!
De que adianta poeta naufragar-se em versos e reversos soltos
Esperando tempo brando?! Depois, quem irá resgatá-lo? Musa?
Ainda que recl(ames) no alto decla(mar) nem assim virá deusa!
Na boca à at(içá)-(lo) aos ares no sobe e desce de seus escritos
Profundo ósculo no lóbulo frontal do poeta a divagar sem pausa
Ofegantes idas, vindas no salva-vidas das rimas e temas incertos
Em seu inacabado metapoema regado a maresia e sem recusa!
É melhor inspirar-se no vaivém dos reais e corteses momentos
A língua que se fala, a fantasia existe até ao poema que padece!
E a que se cala, a paralisia desiste à poesia que se compadece!...
Não só da miragem na frescura boa e à toa da brisa solícita...
Mente aos m(ares) da intensa musa refeita e francamente atônita
Sob a árdua lua no papel reescrito indecifravelmente pelo poeta
Nada mais poético que conversa fora que aflora a emoção única
E acessível benquerer no arrebol na brisa que entoa e toca...
Parceiramente com paixão a face da amada nada platônica!
(Homenagem aos amigos poetas Ricardo Guilherme e Renato Abreu)
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