André Luiz de Oliveira Pinheiro
Rio de Janeiro / RJ

 

Voz do silêncio

 

Eu sei que estás aí, perdida entre barulhos
Perversos dos cotidianos sons humanos
Acúmulos das loucas bocas nos enganos
Às eras da história em múltiplos orgulhos...

Eu sei que podes remover os meus entulhos,
Com a paciência fria dos bilhões de anos
A meditar na foz dos corações profanos
Ou num sussurro santo em incomuns mergulhos...

Eu sei que tua voz nenhuma nota emite,
Mas sobrevive a explosões de dinamite
E chora em silêncio se declaram guerra...

Mas sei também, da tua música Divina
Que vocaliza ao mundo e num momento afina
Quando silenciosa eclode à primavera...

 

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Grandes Poetas Modernos"- Edição 2020 - Maio de 2020