Alberto Magno Ribeiro Montes
Belo Horizonte / MG

 

 

Meu carma genético

 

Vens de lá…do decurso das eras…
Ao longo de todo tempo passado
Infiltrado em meu ser, modulando-o
Esculpindo o bruto mármore
Transformando-o em formas macias
Lisas e suaves…

Meu formato perfeito
Em teu âmago já se encontra
Colocado por Deus
Cabe ao tempo, senhor de toda a perfeição
Obreiro da vida, retirá-lo de lá.

Recordações, desilusões, erros, pecados
Verdades e mentiras, acertos
Tudo isso contribui com sua quota
Para eu adquirir a disposição final, ideal.

A quitação dessa minha conta
Efetuarei com o concurso
De todas as outras pessoas
Cúmplices em meu destino
Avais  nas situações.

Cada gene (partícula perdida no vazio
De minha existência)
É um estigma
Que se agrupa…toma novas formas
Emoldurando uma aura sensitiva
Em meu ser final, acabado
Que por fim, flutuará
Livre e solto no espaço infinito…

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Painel de Poemas Premiados" - Outubro de 2017