José Vicente Neto
Pratápolis / MG
Garatujas
Nos cantos escuros
de um tempo pretérito
há poeira e silêncio.
Minhas asas revisitam o passado
ruflando inquietas
espalhando a poeira.
A poesia encanto(ada)
salta nua do esconderijo
revela seus medos.
Versos de luz e silêncio
traçados no canto escuro
sem rima, sem métrica.
O som da sílaba
estala no tímpano
e revela o poema.
No poema obscuro
de um tempo imperfeito
segredos se revelam.
A visita ao passado
revisita cicatrizes indolores
reveladas na nudez da poesia.
Marcas indeléveis
registradas em minhas asas
voo irrepleto.
Silêncios pretéritos
meu destino é o norte
minha sina, sorte.
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