Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA

 

 

Brasolândia

      

Nascido sem luxo e riqueza, o menino que andou no quinto mês de nascido, era portador de uma voz que encantava a todos que o ouviam cantar. Desde cedo, seus pais logo perceberam que eles foram presenteados por Deus. Aos 10 anos ele discursava nas praças, ruas e igrejas. Seus amigos o admiravam e ficavam espantados com tanta sabedoria que Luís tinha, Luís Baptista dos Reis. Ele tinha uma forma especial de ser e estar. Sempre estava a ajudar a quem precisava de socorro. Quando seus pais o procuravam lá ele estava, ajudando uma idosa a caminhar com o seu cajado. Era um menino de ouro. Aos 15 anos terminou o segundo grau e conseguiu uma bolsa de estudo para estudar no conservatório de música na capital que ficava bem perto de sua cidade chamada Santarém. Aos 18 anos, alcançava sua liberdade e lançava seu primeiro áudio, um conjunto de belas músicas, tecida por versos que falavam de amor, amizade, solidariedade e justiça. Luís escrevia as suas próprias canções.
Um dia um determinado partido político o convidou para ser candidato a deputado estadual, mas ele não aceitou. Depois de muitas tentativas, ele acabou cedendo, mas mal sabia o partido que Luís seria um grande referencial. Defendia a música, a poesia, a arte e a cultura de seu povo e em seus comícios cantava eloquentemente suas canções que atingiam a todos. Foi o deputado mais votado da Câmara. Depois de quatro anos, candidatou-se a senador e foi eleito com uma grande expressiva votação. Mas Luís continuava a cantar, e fazia de sua música uma arma poderosa de conscientização popular. Todos gostavam dele, até que finalmente ele tornou-se presidente de seu país, com 99% dos votos.
Na sua posse em vez dele discursar bravamente, ele cantou suavemente. Sua voz ecoava e acalmava a todos. Ele defendia ferozmente os direitos de seu povo. Sabia representar com justiça e lealdade, e a cada dia que passava, conquistava o mundo inteiro. Recebeu da ONU o maior prêmio que já se viu dar a um cidadão do mundo por ter mudado a mentalidade de seu país. Brasolândia ficou conhecida no mundo inteiro depois do que aconteceu. Um grupo de opostos ao seu governo que queriam aprovar leis para facilitar o desvio de verbas e ele veementemente não sancionava, e imediatamente recorria aos meios de comunicação para dar satisfação ao povo que o elegeu. Até que um dia a cantar para milhões de brasolandianos, um tiro lhe atinge o coração, e Luís tomba ao chão. Assassinaram o presidente, gritou a multidão. Foi levado às pressas para o hospital, mas ele não resistiu e veio a falecer. Quem o matou a mando de quem queriam impedir a sua voz que clamava e defendia o povo, jamais imaginou que era tarde demais porque a semente que ele plantou em sua nação crescia avassaladoramente. Os culpados foram punidos pelo povo que em praça pública matou um por todos os tiranos e corruptos que estavam planejando tomar o poder, e impor ao povo a velha ditadura escravagista que o ex-presidente tentou implantar em Brasolândia. O povo vingou o seu líder, e em grande movimento, revolução disseminadora de poder, matou a todos com as próprias mãos. Depois desta história, o mundo passou a aplaudir e respeitar este guerreiro povo que não aceitou ser governado por meliantes e criminosos de colarinhos brancos. E o filho mais velho do presidente que herdou toda a sua coragem, força e lealdade ao povo, tornou-se o novo presidente deste continente país. E nunca mais um político ousou a praticar corrupção ou tirar os direitos que foram conquistados a duras penas, cravados na história com o derramamento de muito sangue inocente. E eu e todos os brasolandianos erguemos o peito e dizemos: – Nesta terra em se plantando tudo dá, mas a corrupção aqui jamais entrará porque o próximo a roubar o povo será punido com os rigores não da lei, mas do povo que descobriu que a democracia é o governo do povo pelo povo para o povo. E assim, o mundo aplaudiu Brasolândia por seu guerreiro povo. E hoje somos uma nação próspera, abençoada e vigiada por todos nós que não aceitamos acordos com corruptos e meliantes usurpadores dos direitos humanos. Foi criado um Ministério onde o ministro é eleito pelo povo para fiscalizar o governo e prestar contas ao povo mensalmente. MATARAM O PRESIDENTE, MAS NÃO SILENCIARAM SUA VOZ, POIS O POVO DESCOBRIU QUE TODO PODER EMANA DO PRÓPRIO POVO QUE É CAPAZ DE DERRUBAR QUALQUER CORRUPTO QUE QUEIRA GOVERNAR POR MEIO DE SEUS SÓRDIDOS INTERESSES. Assim nasceu em Brasolândia um novo tempo de paz, um tempo em que o político que tentar roubar a nação pensará duas vezes antes de fazê-lo, pois quando o povo se une, não tem que o enfrente... Viva o povo brasolandiano!

 

 
 
Poema publicado no livro "Livro de Ouro do Conto Brasileiro Contemporâneo" - Agosto de 2017