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Lucia Celeste V. Barbetta
Rio de Janeiro / RJ

 

Menina fina

Era uma vez uma menina, o seu sorriso não tinha igual.
Iluminando os seus olhinhos muito puxados,
Em um rosto lindo emoldurado pelos cachinhos desalinhados.
Muito bondosa com os animais, era cercada em seu quintal,
Pelos gatinhos e cachorrinhos e o canto doce dos passarinhos
Que ela adorava e os imitava com uns gritinhos.
Se no gramado os avistava corria solta atrás das aves e provocava a revoada.
Tudo em volta era bem verde, riacho estreito com água limpinha.
A menininha sempre nadava entre mil peixes.
E havia um sapo barrigudão, sorriso largo, bem bonachão.
Vendo a menina, abobalhado, abria a boca feito um babão.
Por entre as folhas tinha uma aranha muito peluda e barriguda.
Comia insetos e a sua teia vivia cheia de mil bichinhos para sua ceia
Muito jeitosa jogava bola, forte ao chutar, sempre bem solta no seu driblar.
Ficava triste quando caía, mas levantava, se recompunha, e retornava para a alegria.
Como dançava! Muito levinha, movia o corpo, se balançava,
Rodopiava o seu corpinho de bailarina doce e encantada,
Saboreando toda a magia da melodia que a embalava.
Maravilhosa quando cantava aqueles versos já esquecidos da garotada.
Toda tardinha ela sentava e desenhava bem concentrada.
O mundo das cores a deslumbrava.
Se a noite vinha, olhava o céu e via estrelas.
Na sua rede era embalada por ventos leves que assoviavam até a madrugada.
Era uma vez uma menina, anjo encantado.
Cheia de amigos e alegria, linda menina abençoada!


   
Publicado no "Livro de Ouro da Poesia Brasileira Contemporânea" - Edição Especial - Agosto de 2014