Rozelene Furtado de Lima
Teresópolis / RJ

 

Meus moinhos de vento

 

Como hélices dos moinhos de vento
Giro e circulo num só movimento
Sopro em sua direção
Meus moinhos de vento rodam em vão
É energia que caminha em caracol
Para manter aceso o farol
Soam as sílabas separadas do amor
Ecoam com todo vigor
Quero fazer minha potência chegar
Tento noite e dia sem parar
Inútil esforço e cansaço
Não alcanço seu abraço
Quero mostrar minha verdade
Que não vale amar pela metade
Tem que unir as duas partes
Coração só de um lado fica sem arte
Sem significado, sem importância
Deixa de ser amor, pois vibra sem ressonância
Os ventos não param de assoprar
Meus moinhos de vento estão a rodar
Sopram na força do sonho e na crença
De transformar em amor sua indiferença

 

 
 
Poema publicado no livro "Livro de Ouro da Poesia Brasileira Contemporânea" - Agosto de 2017