Lourival da Silva Lopes
União / PI

Dias de pauperis

A vida está por um triz, num piscar de olhos se esvai e... vai.
Vivemos os mundos transitórios, os submundos apocalípticos,
As entronizações das almas vãs e das causas delirantes.
Vivemos os dias de pauperis ou os delírios de Pompéia
Incinerada pela lama enfurecida do Vesúvio,
Vivemos os gases encanados e soprados ao vento
Como se nos aquecêssemos nos gêiseres do povo escondido.
Nada é fixo, tudo é transitório, como uma roleta girando
E que ora nos deixa deitado, ora nos põe de cabeça para baixo,
Ou em pé de bengala com suspensórios nas calças
Para não tropeçarmos nos próprios dedos de barriga vazia.
Escrevo no delírio sem bloquear meus espaços,
Porque acredito na transmutação e na transubstanciação
Dos corpos que se aquietam nas infinitudes.