Alyne Marianna Freitas Rosa
Belém / PA

 

Resiliência

 

Cobrindo os espelhos numa noite chuvosa
No prenúncio do próximo trovão
Que ruidosamente é abafado
Pelo rezingar de um inquieto coração

Como a noite tão depressa chegou?
Como o Sol da Lua já se despediu?
Como meus dias tão rápido passaram?
Todos, menos o dia mais esperado...

A vida inteira gasta na espera
Da noite que pode nunca chegar
Ou que, quem sabe, chegou
Mas que, despercebida, se afastou?

O ensejo não tem paciência
A precaução por ele não é admirada
O passado lhe é insignificante
E ao futuro, não deve nada

Frustações e planos, esquecidos
Que pela chuva sejam levados
E que com ele sempre caminhe
Mesmo no temporal mais gelado

 

 

 

 

 
 
Poema publicado na "Nós & Eles "- Edição Especial - Janeiro de 2017