Alvorino Dias
Itatiba / SP

Wind

 

Numa noite meiga e murmurante
Empoleirada entre luzes escarlates
Ela veio nas asas suavizadas do vento,
E bateu na minha janela.
Não escutei!
Gatuna,
Adentrou à medida do meu quarto,
Entrou na pálpebra do meu sono,
E percorreu a claridade das minhas sombras secretas.
Ventríloqua,
Conduziu meus devaneios reverentes.
Samaritana,
Ajudou-me a atravessar as alturas noturnas,
E o mirante dos meus páramos oníricos.
No dia seguinte acordei!
Então percebi que:
Enquanto o voo azul das naves etéreas
Circundam as ondas sonoras do vento...
Eu vivo.

 

 

 

 
 
Poema publicado na "Nós & Eles "- Edição Especial - Janeiro de 2017