Renato Saran Carvalho
Anápolis / GO

 

 

Eu de verso

 

O tempo até passou…
Mas a distância exata nunca foi medida…
Perto ou longe o império das vontades nunca renunciou.
Porém nunca amou…
Amor que seria demais para a muralha.
Mas como as gotas de um dia chuvoso não se ausentava!
E de sua presente ausência fiz ponte para sair…
Porta que só se abre por dentro…
Veneno aos olhos…
Como uma faca no coração que não pode ser retirada…
E permanece presente, com silêncio mórbido!
E a palavra estrangulada, aos poucos deixa sem ar…
Pedaço de mim que insiste em ficar,
quando já deveria ter me deixado ir te buscar!
Fico só! Sozinho contigo! Sem ti…
Versando sobre o verso, o perfil, o lado…
De lado para não encarar o nada!
Sempre achei mais bela a transição à encarada!
Os olhos nunca mentem a alma da gente!
Janela secreta escancarada! Meu vazio é tão grande…
Que não caberia no universo!
Por isso o verso! Ele fica de lado… Nem lá,
Nem cá! Mas de lado!
Como eu! Um anjo em voo torto…
Um poeta empenado, com a metade que não quis sair!
Que não existe! Mas que sempre volta…
Dá uma volta! E versa! Sempre me verão de lado…

 

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "E por falar em saudade..."- Edição Especial - Abril de 2017