1ª Seleta de Versos Brasileiros - Edição Especial 2013 - Março de 2013



 


Edna Maria Pessoa
Natal / RN

 

Versos mortos

 

Perdida nas encruzilhadas da Poesia; sou versos mortos...
Sou o vento que se esqueceu de Voltar, sou Nada...!
Sou tempestade silenciosa, que provoca temporais n’alma!
Sou sol que se dispõe no poente para o todo sempre!
Sou estrela que se atirou, e se perdeu no universo de si...
Sou noite escura, que se esconde da luz, a chorar pelos becos da selva,
Tentando encontrar nem mesmo sabe quem.
Sou dia morto, que vem arraigado em perfume de flores sepulcrais,
Exalando a dor e a tristeza do amor que se foi; deixando o corpo
Flagelado em farrapos; atropelando-se em seus próprios passos!
Dilacerando-se em seu sofrimento de mais completa solidão!
Sou coração destroçado, d ‘esfiapando-se feito tecido velho,
Sem cor, sem força, sem alma! Morrendo nos braços si!
Sobre joelhos dobrados... Agarrando-se ao chão, tão sem vida...
Que de vida nada tem se não a triste desilusão de ser alguém...
Que está com a vida a esvair-se... E o desespero se entalha
Pela demora do fim... Que se faz por acreditar que ainda é noite,
Amanhã é outro dia; E tudo, tudo, pode acontecer!
Até sobreviver a si!


(Natal-RN, terça-feira, 02 de outubro de 2012)

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