Rozelene Furtado de Lima
Teresópolis / RJ
Há um oceano em mim
A maior parte de mim é líquida água
Sou um composto de riso e mágoa
No meu oceano tem seres de espécies sutis
Com cascos, escamas, couros e com verniz.
Verto lágrimas salgadas em gotas a chorar
Ondas que me fazem dançar e espumar
As areias que cegam meu olhar azulzinho
Ou verde mar, amar com meu par marinho.
Navego nos braços do vento soprador
Para ouvir acalantos, juras e falácias de amor,
Também palavras, murmúrios e segredos
Livres de imposições ferrenhas e medos
Curto a magia de me deitar na água salgada
Da cor verde mar ou azul anil e ser mareada
Abrir braços e pernas sem conseguir levantar
Viajar de porto em porto sem cansar
Nas profundidades do êxtase desafiante
Entrar no estreito de veias circulantes
E no meu oceano desafogar a ousadia
Para sorver meias conchas de alegria.
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