Roberto Antonio Deitos
Cascavel / PR

 

 

O trabalhador

 

Já não há mais direitos...
Justiça nunca houve;
O que que há agora é destino
Incerto e futuro suprimido.

Já não há mais porta-vozes;
O trabalhador caminha solitário,
A dor na noite
Esconde,
A voz já não diz
Embargada.

Já lhe tiraram
O tempo.

Já lhe compraram
As mãos.

Já lhe adoeceram
O corpo.

Agora querem
Lhe consumir
A vida.

(Em canalhices parceladas,
Em ritual miserável,
Preparam o seu ato fúnebre.)

 

 
 
Poema publicado no livro "Versos Cinzas" - Janeiro de 2018