Alberto Magno Ribeiro Montes
Belo Horizonte / MG

 

 

Um olhar sobre o amanhã

 

Amanhã, quando não mais aqui estarei
(Como no passado não estive também)
Um olhar desfigurado sobre tudo lançarei
Até que os anjos de asas presas digam amém.

Nas prateleiras da vida, os mais saborosos quitutes
Que devorarei, espalhando migalhas sem mais quietudes
E que servirão de alimento aos que virão
Do alto da rotunda, em Veneza ou Florença
Aos sons ecoantes do Largo de Handel.

A esperança de uma Nova Era
De paz sem limites e universal
Será a última a morrer…
Sem ela nada terá razão de ser
Será tudo tão sem sal!

No horizonte calmo, paira a sensação de paz
No sentido mais amplo da palavra
A transição para uma Irmandade sem fronteiras
Onde crime, será apenas não se deixar tocar
E pecado, não fazer o bem!
Mas isso, talvez será amanhã
Um amanhã bem distante
Talvez daqui a dois mil anos… ou mais.

Mas valerá a pena ter esperado…

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Versos Cinzas" - Janeiro de 2018