Rosemary Gobbo Duarte
Campinas / SP

Versos efêmeros

Chegue-se a mim... sem receio nem pressa.
Deixe-me fitá-lo por alguns instantes... e se indiferente lhe for
Permita-me tocá-lo, com as pontas dos dedos
Acariciar seu rosto moreno que há tempos não vejo.
Que dúvidas não restem dessa [viva] presença
Que até ontem se fez de morta- tamanh’ ausência.

Chegue-se mais...
Ainda que muito lhe custe de novo ouvir
O sofrido sussurro de amor que noutros tempos
Tão prazerosamente lhe acalentou.
Que nas agruras da vida trouxe-lhe a paz com aroma de rosas
E nenhuma migalha de carinho restou-me desse amor.

Chegue-se a mim... prometo-lhe abafar meus sentimentos
Com estes versos efêmeros.
O tempo, fiel companheiro há de incumbir-se - deletar o arquivo
Dessa historia de amor revestida de adeus
Desde o seu começo
Em cada gesto, em cada olhar.