Francisco das Chagas Dias
São Luís / MA
Poema sobre o infinito
Hoje, apenas hoje
E nada mais que hoje
Somente hoje
Eu queria escrever
Um poema sobre o infinito
Um escrito assim parido inadvertidamente
Como se o ausente fosse o presente
E o presente não fosse assim agressivamente ausente
E tão prejudicial a mente.
Hoje somente hoje, eu queria
Escrever e depois ler
Um poema sobre o infinito
Um escrito sob o infinito
E assim deixar pra posterioridade
Toda força que é capaz uma saudade
Uma saudade tão abstrata e incrivelmente barata
Que chega a ser assombrosamente ingrata
Com o passo que jamais fora dado
Em direção ao tão distante passado
Que se revira preso num caixão do meu lado
Enquanto durmo e ronco ao som do improvável silêncio.
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