Manoel
Neto de Sousa
Salitre
/ CE
Canção
tristonha de Natal
Diz-me, menino, se anda
também
a vagar quando a lua já se pôs.
Não ficará, eu sei, sem ninguém:
- esperemos pelo Papai Noel, nós dois.
Vem, pobre menino, andemos sem medo,
e se quiser pode agarrar-me a mão...
Vem, pequenino, pois um segredo
a noite nos dirá... E ressoará a canção.
Ó, pequenino, esqueçamos, por
sinal,
que a rota nos deixou ofegantes.
Meu pequeno, vê que é Natal,
pois batem os sinos tão distantes.
Passemos, opíparos como o sino,
que a rena, a rena não demora,
e quem sabe este Natal Jesuíno
um presente melhor nos trará, agora.
O Papai Noel demora... O céu é
cristalino...
Dorme aqui, que faz frio, e a noite, emudecida.
Dorme no silêncio, ó meu menino,
que em vigília, vou esperar-te por toda a vida.