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Manoel Neto de Sousa
Salitre / CE

 

Canção tristonha de Natal



Diz-me, menino, se anda também
a vagar quando a lua já se pôs.
Não ficará, eu sei, sem ninguém:
- esperemos pelo Papai Noel, nós dois.

Vem, pobre menino, andemos sem medo,
e se quiser pode agarrar-me a mão...
Vem, pequenino, pois um segredo
a noite nos dirá... E ressoará a canção.

Ó, pequenino, esqueçamos, por sinal,
que a rota nos deixou ofegantes.
Meu pequeno, vê que é Natal,
pois batem os sinos tão distantes.

Passemos, opíparos como o sino,
que a rena, a rena não demora,
e quem sabe este Natal Jesuíno
um presente melhor nos trará, agora.

O Papai Noel demora... O céu é cristalino...
Dorme aqui, que faz frio, e a noite, emudecida.
Dorme no silêncio, ó meu menino,
que em vigília, vou esperar-te por toda a vida.


Poesia publicada na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Vol. 72 - Dezembro de 2010