Pablo
Gustavo Nascimento Rocha
Ouro
Branco / MG
Versos
da normalidade
Há
tempos o temor se fazia vista. Incertezas?
Certeza dolorosa da verdade, escondida
em ilusória atitude. Vãs menções
de quereres
absurdos, contrapondo caminhos opostos.
Como canela-de-ema crestada pelo tempo,
indecorosamente transmutada em açucena
de liláceas auréolas que confundem qualquer
poeta sábio de seu mundo, mas inconsciente de si.
Há tempos o temor se fazia vista. E veio.
As hermafroditas palavras foram ditas,
cedendo lugar a um lamento mariano,
como se a cruz fosse o destino do destino
e o sal desmedido da lágrima, afago.
Por não haver como arrebatar o desconhecido,
ou conquistar mansamente o desconhecido,
ou conectar o desconhecido às egoísticas de cada.
[O coração é sempre terra de ninguém].