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Pablo Gustavo Nascimento Rocha
Ouro Branco / MG

 

Versos da normalidade



Há tempos o temor se fazia vista. Incertezas?
Certeza dolorosa da verdade, escondida
em ilusória atitude. Vãs menções de quereres
absurdos, contrapondo caminhos opostos.

Como canela-de-ema crestada pelo tempo,
indecorosamente transmutada em açucena
de liláceas auréolas que confundem qualquer
poeta sábio de seu mundo, mas inconsciente de si.

Há tempos o temor se fazia vista. E veio.
As hermafroditas palavras foram ditas,
cedendo lugar a um lamento mariano,
como se a cruz fosse o destino do destino
e o sal desmedido da lágrima, afago.

Por não haver como arrebatar o desconhecido,
ou conquistar mansamente o desconhecido,
ou conectar o desconhecido às egoísticas de cada.

[O coração é sempre terra de ninguém].

Poesia publicada na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Vol. 72 - Dezembro de 2010