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Edmilson Soares dos Anjos
São Paulo / SP

 

Ele, porém, dormia



Devasta a tempestade. Assola o furacão.
Lamenta a humanidade. E treme o coração.
No mar encapelado, se assusta o pescador.
Mas dorme sossegado, Jesus Nosso Senhor.

A alma em sua faina com vela e cordoalha.
O vento nunca amaina. O esforço sempre falha.
No mar assim revolto, nas águas do terror,
Um dorme a sono solto, Jesus Nosso Senhor.

A alma desanima no meio do alvoroço.
A dúvida domina. A fé é seu destroço.
Ao mar que se intumesce, suplanto em desamor.
Incomodo com uma prece o sono do Senhor.

Que a paz do ser divino se espalhe na minha alma.
Ao baque do destino interponha a sua calma.
Que no mar da violência ao frágil viajor
Proteja a paciência de Jesus Nosso Senhor.

Poesia publicada na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Vol. 72 - Dezembro de 2010