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Neide Araujo Castilho Teno
Dourados / MS

 

Objetos eternos



Alguns objetos marcam o tempo
Não falam mas assinalam épocas.
Acessório da memória, consola alma
Torna algo afetivo, apego total.

As imagens de santos, por exemplo,
Perpetuam nas paredes das casas
Continuam sendo escudos
Nos pregos e nas contas dos rosários.

O porta-chapéus da mesma forma,
Espera o freguês na porta das casas.
Casaco, guarda-chuva, bolsas, casaco de frio,
São eles seus fregueses preferidos.

Crenças, milagres, tradições e fé
Podem não constituir objetos
Mas é difícil não encontrá-los
Ocultos nos velhos armários.

Cartas saudosas, amorosas,
Cartões de natal, bilhetes, convites,
Não extinguem, tornam peças raras
Fantasmas dos baús guardados.


Poesia publicada na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Vol. 72 - Dezembro de 2010