Marco
Antonio Rocha de Moraes
Rio
de Janeiro / RJ
Rejeição
de plumas
Ele voou altaneiro até o imenso azulado
e ao tocá-lo, abriu-lhe fenda amarga.
O pleno descrido cerrou olho marejado
que o imergiu em escuridão que tudo apaga.
Foram-lhe
negados flechas e arco
assim que descendeu em chão descrido
com as asas a se fecharem e fenecerem pelo charco
no qual lamentava permanecer fraco e inibido.
Enluto
envolto por celestes cacos
mirou seus dedos feridos por pendor;
tremebundo irritadiço via reflexos opacos
da sua morada alta, jaz sem cor.
Recordou-se
do antes
em que acendia a chama
no sentimento, que de passante
seria mais um que ama.
A
sua querência diversa por mulher
encheu-lhe o peito de estranheza
já que bem a queria, não uma qualquer
de gozo contente em única beleza.
Ao
perecer da pluma derradeira
pouco restou a duvidar.
O réprobo cupido aceitou à sua maneira
deveras ser moço para com a paixão lidar.