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André Nogueira Pessanha
Brasília / DF

 

Apocalipse



O mundo está prestes a acabar
ninguém se importa, ou ao menos quer saber
o que interessa é o que pode virar dinheiro
uma vantagem, uma viagem, algum favor
ou então alguma forma de prazer

Quanto pode render uma gentileza
algum tempo de conversa ou algo mais
Um negócio que não precisa ser honesto
afinal só quem sabe somos nós
e no fim tudo vira o que não presta

Pode ser pó ou também pode ser fé
pouco esforço e muita rentabilidade
Toda mentira pode até virar verdade
o mundo paga no quer acreditar
e no fundo adora uma ilusão

Ouvi dizer que se julgam cristãos
e vivem acompanhados de demônios
trilhando a estrada da perdição
O caminho e a porta são estreitos
não dá pra passar com multidão

Ainda dá tempo para uma última cartada
mudar o futuro ou ganhar na sorte grande
um dia termina, quem sabe será no ano que vem
Ninguém se importa, ou ao menos quer saber
O mundo está prestes a acabar

Poesia publicada na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Vol. 72 - Dezembro de 2010