Maria Angélica Alves Pereira
Rio de Janeiro / RJ

 

 

A voz da amendoeira

 

Sob a sombra acolhedora ouço gritos de aflição
Também sou sofredora
Faço parte dessa situação

Até quando vou ouvir o lamento do peão?
como posso fugir, e negar participação?

Com os braços estendidos rogo aos Céus uma solução
respeito é o que pedimos acima de qualquer decisão

Meu tronco absorve a dor do Servidor 
que enraíza e fortalece
diante de tanto dissabor

Às autoridades rogo um minuto de atenção
estamos abertos ao diálogo, é preciso união

O peão confuso não sabe o que fazer 
diante dos absurdos que vive sem querer

Há anos sofremos pelo erro do passado
justiça é o que queremos
chega de ser prejudicado

A quem culpar? A quem punir?
Isso não adianta se o erro não corrigir!

Reivindicamos o direito adquirido
sonhamos com uma vida digna
de um trabalhador bem sucedido

 

 
 
Poema publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 147 - Abril de 2017