Roberto Antonio Deitos
Cascavel / PR

Poema ontológico

A vida é a menor partícula
Da morte que se constitui na vida...
Como história de uma partícula
Consumida como minúscula parte
Seu ponto final é a finitude
Do infinito que se torna
Pois a morte só é...
Infinita quando se concebe
Na morte da própria vida...

Na história da própria vida
Em gotículas do tempo
Tudo evapora no espaço
Em formas indefinidas
Inatingíveis infinitudes
Na imensidão dos universos
Esparramadas em outros mundos
Se iguais ou diferentes do nosso
Pouco adianta saber
Pois do nosso cuidamos pouco
E o dos outros seres menos ainda
Do pouco do que de nós
Mesmos sabemos
Da vida sabemos pouco
Do pouco tempo que nela vivemos
Sabemos que dela somos
Apenas seus inquilinos!