Ismar Carpenter Becker
Guarulhos / SP
Reflexões ao entardecer
Tudo abandonado ao vento da vida
Folhas mortas das lembranças antigas que só fazem sofrer
Vasos de flores abandonado quase sem vida num canto qualquer
A vida passando cinza a solidão da multidão caminhando só como zumbi
Tudo abandonado já sem sentido outrora útil e pujante
Hoje engavetado dentro do seu silêncio como foto de um porta-retrato
Que tudo vê e nada fala
Coração abandonado pulsações fracas
A adrenalina já não envenena o sangue
A vida é um fiapo de lã de um casaco já desbotado
Atrás novas vidas surgem empurrando peças de um dominó
E tudo está ou ficará abandonado como um velho livro numa biblioteca
Onde pó e traças circulam com desenvoltura consumindo a celulose
E só ficarão recordações
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