Rozelene Furtado de Lima
Teresópolis / RJ
Cantando falando de amor
Sou rio que corre e berra
Cantando falando de amor
Amor a sagrada mãe terra
Sigo meu curso por onde for
Curso que serpenteia em curvas
Com rampas e buracos fundos
Ora limpinho ora águas turvas
Vou seguindo por todo o mundo
Tenho na minha água poucos viventes
Tem outras coisas nas minhas veias
Que me atrapalham de seguir em frente
Muitos plásticos emaranhados tal teias
Que me fazem transbordar em tempo
Das tempestades, invadir moradias
Recheado de grosso lixo, sigo lento
Sem força para fazer acrobacias
Saudades dos peixes, sapos e rãs
Banhos de pessoas jovens e crianças
Pescadores e lavadeiras eternos fãs
Era troca de prazeres em confiança
Será que voltarão os dias de outrora?
Choro tristeza, doente em sofrimento
Pelos ares meu grito ecoe sem demora
Socorro! Ouçam depressa meu lamento.