Rozelene Furtado de Lima
Teresópolis / RJ

 

 

Cantando falando de amor 

 
Sou rio que corre e berra 
Cantando falando de amor 
Amor a sagrada mãe terra 
Sigo meu curso por onde for 
Curso que serpenteia em curvas 
Com rampas e buracos fundos 
Ora limpinho ora águas turvas 
Vou seguindo por todo o mundo 
Tenho na minha água poucos viventes 
Tem outras coisas nas minhas veias 
Que me atrapalham de seguir em frente 
Muitos plásticos emaranhados tal teias 
Que me fazem transbordar em tempo 
Das tempestades, invadir moradias 
Recheado de grosso lixo, sigo lento 
Sem força para fazer acrobacias 
Saudades dos peixes, sapos e rãs 
Banhos de pessoas jovens e crianças 
Pescadores e lavadeiras eternos fãs 
Era troca de prazeres em confiança 
Será que voltarão os dias de outrora? 
Choro tristeza, doente em sofrimento 
Pelos ares meu grito ecoe sem demora 
Socorro! Ouçam depressa meu lamento.



 



Poema "Antologia de Poetas Brasileiros "-Volume 208
Setembro de 2022

Visitei a Antologia on line da CBJE e estou recomendando a você.
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