Rubens Alves Ferreira
Taguatinga / DF

 

 

Relacionamentos

 

       Por não acreditar em uma afinidade evidente e tácita desfavorável, capaz de dissolver qualquer possibilidade, as expectativas se amarraram em aparências, lembranças e suposições de que poderia ser – ainda ser; em possibilidades concretas. Fez-se trilhar um caminho que a nada levava; porque essa possibilidade reapareceu para enxergar toda expectativa. Era o incômodo onde 24 horas por dia eram desgastadas, consumidas, cansadas...  e logo pela manhã sorria a promessa de infelicidade. De inferno...          

A nova e novas possibilidades realmente surgiram depois. Quando foi extinto o calvário. Só que se deve assumir os próprios pecados: descaso, irresponsabilidade, falta de seriedade e criancice tardia... uma a uma todas as expectativas e possibilidades se esvaíram. Sobrou a garrafa, o bar, a depressão e as crises. No fim, somente uma companheira inseparável não promoveu o abandono; porque a relação com as garrafas teve que acabar, por motivos óbvios; e essa amiga e amante inseparável é a solidão.

 

Somos sobreviventes; controlamos o medo, porque sem o medo, estamos praticamente mortos” (26/011/2016 - Lanless – Netflix).

 

 

 

 

 

 
Poema publicado no livro "Muito moinho pra pouco Quixote" - Contos - fevereiro de 2018