Roberto Antonio Deitos
Cascavel / PR
Desalentados
Desalentar virou narrativa
Contra os desgraciados,
Os miseráveis que resistem
Em querer viver,
Amar e ser felizes.
A espuma do ódio,
O desejável da dor,
O amargo do desprezo
E a inercia do silêncio
Goteja gotas de sangue
Camufladas de sofrimento,
Suor e lágrimas esparramadas
Todos os dias
Como sinônimo dos que sofrem!
O tempo me abraça,
Soluço em seu ombro
À espera de que
O amanhã irá brotar,
Negando o presente danoso
E o passado brutal.
Eis o meu gosto almático:
Que o movimento
Do desalento criado
Não sobreviva
Ao amanhecer
Que faz brotar o sol!