Cláudio Antonio Mendes
Mutum / MG

 

Cinema da vida

 

 

súbito, leio ferreira gullar
e brinco de fazer poema
domingos de outrora
o que fazia eu?

eu estava na favela
onde a merda perfuma a história
eu estava no cinema da vida
onde o poema não tem faina

eu estava na república
publicamente proibida
onde a vida muda
de muda para viva

eu estava na américa latina
na manhã de violetas sangrando
entres palavras pelo muro afora
escritas no mundo das favelas


 

 

 
 
Poema publicado no livro "Versos que não se calam"- Edição Especial - Janeiro de 2017