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Janaina S. Conceição Ferreirinha
Rio de Janeiro / RJ

Pintura desbotada

No quadro do mundo, hoje vejo, desolada
A pintura da vida manchada, desbotada
A essência da felicidade maculada
E a moldura da paz estraçalhada.
Oh, Deus, o que houve com Sua criação?
Para onde foram a beleza e a inspiração?
Neste cenário triste de destruição 
Na humanidade vejo corrompido cada coração.
Onde deveria haver o azul no infinito do céu
E no profundo das águas saindo da ponta do pincel
Só vejo o cinza tingindo poluição e fel.
O verde forte e impressionante das matas
Transformaram-se no laranja ardente das queimadas.
O branco simbólico da paz representada
Foi manchado pelo negro da maldade desenfreada.
Onde está o colorido lindo das flores?
Vidas são tiradas, sem piedade, sem amores
Só há o vermelho do sangue pelo chão derramado
E a violência faz do mundo cacos estilhaçados.
O brilho de um sorriso foi ofuscado, foi trocado
Pela dor, pelo choro, pelo pranto sufocado.
 A infância e a inocência foram quebrantadas
A droga e a arma foram eternizadas.
 Os sonhos se apagaram...
 As fontes cristalinas secaram...
Não há flor, não há fruto, não há paz, não há união
O mundo mergulhará em completa escuridão.
Não há amor, não há alegria, não há o calor da aliança

E o sol de derreterá nesta pintura sem esperança.



 


Coedição da

 
Poema publicado no "Anuário da Nova Poesia Brasileira - 2015" - Edição Especial - Janeiro de 2015