Lourival da Silva Lopes
União / PI

Tombos, lamentos e desejos

Tenho desejos
Mas também corro riscos,
Como um pássaro que canta
À beira de um precipício.

Não lamento sorte nem morte,
Vivo espreitando agonias
Nas encostas da vida
E nos desígnios da fé.

Tombo os espaços
E afugento o tempo
E não recuo no adeus
Nem nego dissabores.

Esquento a água
E esfrio a alma
Porque a janela bate
No escuro da dor.

Mas interrompo tudo
Para ouvir a prece
De quem não esquece
O desejo de amar.