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André Luiz de Oliveira Pinheiro
Rio de Janeiro / RJ

 

A caminho


Cilíndricos pilares de aço, frios e delgados,
Elevam uma cobertura amarela e esguia,
É ponto público de transporte do dia a dia...
Abrigando corações por demais apressados.

Os passos que ali se apresentam,
Amparam-se em busca de condução,
Muitas vidas em conflitos representam,
A caminho do fim que as sustentarão.

As paredes transparentes daqueles abrigos,
Não transparecem o que pensam os passageiros
Mas, na transparência de muitos olhos aflitos,
Rogam abraços carinhosos e verdadeiros.

Com a lida da vida, os homens se embaraçam,
No tempo implacável que as horas consomem,
E nas dores do ontem, suas visões embaçam,
Refletindo indiferença à estrutura feita pelo homem.

Pedindo que os tirem dali sem demora,
De braços estendidos sinalizam à condução,
No abrigo móvel cada um do presente deplora,
Na incerteza do amanhã se todos existirão.

E quando vão e voltam ao abrigo de seus lares,
O cansaço não permite refletir se a luta é vã,
E aos seus leitos se entregam a sonos vulgares,
Sonhando qualquer sonho a caminho do amanhã.




   
Conto publicado na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 111 - Abril de 2014